Esqueça, não pense que é a torcida tomando uma avenida de Caracas e em ritmo de Libertadores. São estudantes venezuelanos protestando contra cortes no orçamento da educação. O futebol perde para o baseball em popularidade no paísFoto: Ariana Cubilos, AP |
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Esporte na Venezuela é o baseball. O futebol chega depois, bem atrasado, abaixo ainda do basquete. Basta visitar Caracas, atravessar seus múltiplos viadutos e comparar os estádios, ginásios e seus públicos.
O público da bola no pé é bem menor. A proximidade com os Estados Unidos faz do baseball o número 1.
O futebol chegou na Venezuela em 1876 nas mãos dos britânicos. O Caracas nasceu em 1967. O país é da periferia da América que joga bola. Nunca conseguiu uma conquista internacional importante, sempre foi coadjuvante, jamais entrou na lista de times favoritos para qualquer coisa ou participou de uma Copa do Mundo.
O maior feito da história do futebol venezuelano foi vencer o Brasil, com Dunga, óbvio, num amistoso em Boston no ano passado. Chávez gozou Lula. E mandou colocar mais dinheiro no futebol.
O Caracas é o adversário do Grêmio nas quartas-de-final da Copa Libertadores. Assusta? Nem um pouco. Preocupa? Claro, sempre.
O mata-mata faz com que todos os times entrem em campo com cautela. Quem pisa na grama com soberba, creia, dança.
O Grêmio, que tem mais time, mais camisa, história e etc.que o Caracas, precisa de mais atenção. Joga fora, terra inóspita, contra um adversário que, por ser de qualidade técnica inferior, pode se tornar imprevisível. Quem joga ao lado dos seus na Libertadores, torcida animada, sempre corre um pouco além da conta. Faz o imprevisível.
O Caracas chegou ás oitavas-de-final em 1995 e 2007, depois de disputar 11 Libertadores. Seu técnico é uma espécie rara no futebol mundial. Noel Sanvicente está no comando da equipe desde 2002 e venceu quatro títulos locais.
Ele é admirador do futebol defensivo. Seus três melhores jogadores vivem na defesa. O goleiro Vega, o lateral Rey e o zagueiro Cichero, todos da Seleção da Venezuela. O Grêmio não sabe ainda, vai saber em campo. O Caracas tem a melhor defesa do país.
Nos jogos do Exterior, nas vitórias em série, o Grêmio sempre recebeu a benesse do contra-ataque. Foi deslizando pelas extremas em alta velocidade, entrando pelo meio, chutando de média distância, marcando de cabeça, que os gaúchos somaram três pontos a cada 90 minutos.
O contra-ataque é a melhor estratégia dos que jogam fora e querem a vitória. O Grêmio vai buscá-lo, com certeza. Mas terá uma defesa mais estruturada ao seu redor, mais competitiva que as do Aurora, Boyacá Chicó e La U.
Cá pra nós: somando as quatro defesas não sai uma. O Grêmio é favorito.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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