Foto: Martin Mejia, AP |
Vitória no Exterior em jogo das oitavas-de-final na Copa Libertadores é um pote de ouro. O Grêmio sai do Peru com seu prêmio: a vitória, 3 a 1, a quarta vitória consecutiva do interino Marcelo Rospide, um pé na terceira fase, a confiança, a manutenção da melhor campanha do torneio..
O San Martín é igual aos superados três times do Grupo 7 da primeira fase. Nem mais nem menos. O adversário era inferior, o Grêmio não notou, enfiou três. Exibiu sua superioridade.
Voltou ao Olímpico com os três pontos da partida, dois gols de vantagem e uma certeza: a classificação para as quartas-de-final é mais real do que a pobreza em Lima.
O Grêmio não fez um bom jogo. Eu digo. Rospide disse. A vitória é a máscara de uma atuação discreta, nunca pobre. Vacilou na segunda parte do primeiro tempo,corrigiu as falhas de marcação no segundo. Depois, dominou as ações.
As antigas falhas apareceram em diferentes momentos, especialmente nas alas, que não conseguem acabar um só jogada ofensiva, erram todas (todas) as jogadas de linhas de fundo, deixam o time carente, sobrecarregam os zagueiros e os homens de meio-campo.
Nas alas, com os discretíssimos Ruy e Fábio Santos, está o grande problema, no ataque a solução ( Maxi López fez os outros dois, o terceiro numa boa investida de Jonas pelo lado direito, antes de um certeiro cruzamento), no meio a criação (Souza fez um gol e gerou o passe para o segundo).
López é matador, é habitante de grande área, é centroavante de carteirinha. Só que precisa desesperadamente das jogadas de linha de fundo, dos cruzamentos, da bola na área. É atacante que sobe no segundo andar em busca das bolasl, cabeceia e marca.
O Grêmio não tinha um cabeceador assim desde Jardel. Precisa inventar um Arce com certa urgência. A camisa 16 do argentino era a mesma de Jardel no Bi da Libertadores.
Os alas não sabem fazer uma das funções definitivas dos alas, que é buscar a linha de fundo e cruzar, colocar bola na cabeça dos atacantes. Souza faz. Jonas tenta.
São dois. Podiam ser quatro, se os alas fossem do ramo. No 3-5-2, os alas são fundamentais. Eles precisam ser alas, laterais, meias, volantes. São superjogadores. O Grêmio não os tem. Precisa.
O 3 a 1 podem esconder quase tudo, mas não oculta a fragilidade do adversário nem algumas fraquezas do Grêmio. Não pode, por outro lado, deixar de mostrar a competência do Tricolor fora da sua Porto Alegre. Jogou quatro vezes longe do Brasil, venceu todas.
Não é pouco. Azar dos adversários, fracos ou não, eles ficaram no meio do caminho. O Grêmio avança.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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