Foto: Arquivo pessoal / clicRBS |
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90 Minutos - Não existem intermediários como acontece com a maioria dos jogadores famosos.
Olivier - Não há intermediários. Deisi, a irmão, monta e cuida da agenda diária. O objetivo é deixar o Ronaldinho só com a preocupação de jogar bola. E, convenhamos: esta estrutura tem dado totalmente certo. Não há razões para mudanças.
90 Minutos - Você vê Ronaldinho com a camisa do Barcelona por muito mais tempo?
Olivier - Acho que sim. Ele antecipou a renovação de contrato até 2010, no ano passado. A cláusula rescisória é impagável: 125 milhões de euros. O Barcelona correu porque aumentavam os boatos de que o Abramovich, o bilionário dono do Chelsea, iria pagar a multa. O Ronaldinho é adorado lá, mora numa cidade com clima parecido ao do Rio Grande do Sul, com idioma familiar. Sem falar que o Barcelona virou o melhor time da Europa.
90 Minutos - Qualquer mudança é improvável...
Olivier - Não há porque mudar agora. O presidente do Barça, Juan Laporta, diz que o objetivo é fazê-lo cumprir contrato até o fim, sem pensar em vendê-lo. Ele diz que ter Ronaldinho na Catalunha até 2010 compensa qualquer venda.
90 Minutos - Ele ainda fala do Grêmio? Há símbolos do Grêmio na casa de Barcelona?
Olivier - Fala, claro que sim. O Thiago, amigão de infância, que dirige o carro dele, chegou a me perguntar se o Grêmio tinha mesmo jogado bem o primeiro Gre-Nal do Gauchão. E se o Thiago comentou, é claro que o Ronaldinho também o fez. E o próprio Ronaldinho disse que procura se manter informado, mesmo que seja difícil com tantas viagens por países diferentes. Ele me disse que a TV de casa fica sempre ligada na Globo e na Record Internacional, para pescar alguma coisa. E tem a internet, sempre ligada no terceiro piso da casa.
90 Minutos - O Ronaldinho sente saudades?
Olivier - Sente saudades, sim. Costuma dizer que não tem nada que pague andar pelas ruas da Zona Sul, que ele garante conhecer de cor. Por isso, inclusive, ele passou as férias de Natal e Ano Novo só aqui. As coisas do Grêmio estão mais aqui, na casa da Cavalhada. Na Espanha também tem, mas menos. Não haveria porque levar tudo de POA para lá.
90 Minutos - Será que o Ronaldinho está se encaminhando para ser o jogador mais rico e mais famoso do planeta?
Olivier - Acho que se a Copa da Alemanha for dele arrasando, com título, como a de 1986 foi do Maradona, a de 1998 foi do Zidane e a de 1970 foi do Pelé, aí ninguém segura mais. O nível da fama nos anos seguintes dependerá disso. E também da manutenção da imagem "limpa", sem confusões, como dizem os especialistas na Europa. Neste patamar que ele atingiu, a gente começa a falar nesse tipo de coisa, em bater recordes. Ninguém mais duvida que, pelo critério apenas do talento, ele está anos à frente do segundo colocado.
90 Minutos - Falta algo?
Olivier - Faltam a ele títulos continentais e mundiais pelo seu clube na Europa, por exemplo. Quem podem, inclusive, vir este ano ainda. Quanto a dinheiro, acho que vai ser difícil superá-lo. Agora, se juntar uma Copa só dele, a Champions League e a imagem de bom garoto que ele tem, aí ele passa a ter só Pelé abaixo dele. Por enquanto.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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