Souza fez um gol que orgulha um jogador de qualidade, marcou outro como se fosse um atacante, foi o melhor em campo e ajudou a fazer do Grêmio o time de melhor retrospecto na Copa Libertadores 2009Foto: Nabor Goulart, AP |
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Um, dois, três, 3 a 0. O Grêmio voou durante 30 minutos, jogou realmente como o time de melhor campanha entre os 32 da Libertadores, melhor ataque, melhor defesa e ganhou como quis do atarantado Boyacá Chicó. Deu show. O título da Libertadores, se o Grêmio encontrar a final, será obrigatoriamente disputado no Olímpico.
Souza fez um gol de Ronaldo, que fez um de Pelé, domingo passado, que inventou os gols mais fantásticos da grama verde. Adilson deu um gancho (cavada) na bola, que caiu nas proximidades de Souza aos 12 minutos. Ele dominou em velocidade, correu em direção a área adversária e, com o lado de fora do pé, usando mais a parte de cima, encobriu o pobre goleiro colombiano. Galaço.
Souza foi o melhor em campo. Foi o Souza que o Grêmio imaginou e buscou em Paris. Jogou como um atleta de competição, ao menos nos primeiros 45 minutos. Esqueceu a firula, o toque para o lado, o terceiro drible. Foi objetivo, aplicado. Decisivo.
Quem olhou o relógio depois dos primeiros 29 minutos, quando Léo marcou, Souza fez dois antes, imaginou 6 a 0 logo, logo mesmo.
Depois, o Grêmio colocou o pé no freio, se segurou e deixou que os 3 a 0 definissem a partida. Víctor ainda defendeu um pênalti num vôo de alta precisão. O Chicó cresceu na parte final do jogo.
Quem viu os 3 a 0 saiu lotado de sorrisos. Os 35 mil fãs do Olímpico cantaram os 90 minutos, saudaram os jogadores, festejaram a melhor campanha da América. Foi uma noite azul de céu escuro, morna como na primavera. O frio de outono sumiu.
Quem tentou ver mais, acima da torcida, observou alguns problemas antigos e que podem trazer complicações mais tarde. Por exemplo, a falta de toque de bola, a ausência de jogadas de linha de fundo, a inconsistência dos alas (especialmente do lado esquerdo com zero de participação ofensiva e passes errados), os gols perdidos de Jonas (exatamente como escrevi alguns blogs atrás), o isolamento de Maxi López, a carência no banco de reservas (Orteman entrou outra vez, outra vez errou a maioria dos passes de novo).
Marcelo Rospide errou ao substituir o Maxi. Jonas era o alvo correto. Ele jamais conseguiu cumprir a função do segundo atacante. Quando tentou ser o primeiro, tropeçou nos gols de sempre. Herrera é o cara.
Com 3 a 0, Rospide poderia ter testado outra formação, algumas variações táticas. Seu banco, porém, só lhe oferecia boas opções no ataque. O meio-campo estava vazio de sugestões.
Mas em noite de 3 a 0, em jogo de decisão, em vitória que oferece ao Grêmio a melhor campanha da Libertadores e o direito de disputar o segundo jogo no Olímpico, quem manda é a classificação e a sua festa. O Grêmio está nas oitavas-de-final do torneio. O cruel mata-mata é seu novo desafio. Falta o adversário. Até a semana que vem o Grêmio curte o paraíso de melhor da América.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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