O Grêmio troca de canal. Usa o controle remoto. Sai da discussão do técnico, coloca foco na bola. Usa seus 11 titulares porque esta terça é dia de jogo. O torcedor corre ao Olímpico porque a noite pode colocar o Tricolor no posto de número 1 da fase de classificação da Copa Libertadores.
Com uma vitória embaixo do braço, o Boyacá Chicó prostrado na grama, os gaúchos escolhem o adversário mais fraco entre os outros 31 participantes da Copa na próxima fase e ainda marcam o segundo jogo do sempre imprevisível mata-mata para Porto Alegre.
O Grêmio faz uma das partidas mais importantes de 2009. Não pela qualidade do adversário. Pelo simbolismo da partida do Grupo 7. O Olímpico vai sacudir.
Uma das chaves da vitória é Maxi López, o novo ídolo tricolor. Seu futebol apareceu, seus gols estão vivos. Uma das interrogações da partida é seu companheiro Jonas. Sou mais Herrera, mas Jonas ganhou a vaga, foi a escolha de Marcelo Rospide.
Jonas é um jogador estranho. Sabe jogar, se movimenta bem, entra na grande área, aparece na pequena, faz a jogada de flanco, mas tem sérios dificuldades na hora da conclusão. Seu chute sai torto, desviado, alto. Bate no poste, roça o travessa, toca no goleiro. Ele anda perdendo os gols mais incríveis da temporada.
Jonas, 24 anos, 1m81cm de altura, é um atacante azarado em momentos decisivos. Faz gols contra times fracos. Foi um dos goleadores gremistas do Gauchão. Não consegue balançar as redes no torneio continental. Quando o adversário aperta, Jonas salta.
Que mistérios rondam as performances do paulista Jonas Gonçalves Oliveira? Ele não consegue manter uma média de goleador na Libertadores. A bola não entra. Seria azar, fase ou uma natural inaptidão ao cargo?
Jonas precisa entender o que os gremistas já sabem. Que o segundo atacante gremista precisa ser definitivamente mortal em jogos importantes. Seus gols são uma necessidade, caso contrário o banco de reservas, se tanto, é o seu lugar.
Jonas precisa mirar a pesada e exemplar tranquilidade de Ronaldo na hora decisiva do gol na frente do goleiro. Calma, paz e certeza. Ele não tem o futebol de Ronaldo, óbvio, mas pode espelhar-se na serenidade do colega de profissão.
O gol é dom de atacante, mas é também obra da inteligência. Jonas ainda precisa dizer quem é. Herrera já disse e só precisa de uma boa sequência de jogos para recuperar a posição.
Não sei se Alex Mineiro e Maxi López pode dar certo juntos. Eu acho que não. Mas só três, quatro, cinco jogos, vão mostrar algo. O que sei é que chegou a hora de Jonas mostrar seu valor.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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