Nunca se esperou tanto de um centroavante como de Maxi López no lúgrube Estádio Nacional. Ele é o nome e o sobrenome de todas as esperanças azuis. O gremista quer beber sossegado a sua melhor cerveja da noite, terceira quarta-feira de abril, e poder dizer:
- Não chame gol, diga Maxi.
Se Víctor, atrás do possível ferrolho de três zagueiros, mas sem volante marcador para protegê-los, precisa se transformar no "São Víctor da Cordilheira dos Andes", o ataque necessitada da experiência e dos gols de Maxi López. La U pode ser batida. Chilenos nunca assustaram.
O atacante argentino, importado da Europa, aposta pessoal do presidente Kroeff, encontrou o caminho do gol com uma cabeçada de legítimo centroavante terça passada, contra o inofensivo Aurora. Fez o que os donos da grande área fazem. Sacudiu as redes, buscando a bola lá do alto e cabeceando firme e forte, numa posição indefensável. Ele deixou a sua assinatura de goleador.
Abrigado no seu salário de três dígitos (que bom que ele ganha bem, se merece ou não a discussão é outra), López precisa marcar de novo, abrir sua despensa de gols. Chegou a hora do centroavante contratado como esperança azul mostrar que resolve mesmo, que é tudo com ele. Exibir o seu valor. Experiência, ele tem. O sangue frio dos matadores profissionais corre nas suas veias. O contra-ataque é a sua arma.
Conheço centroavantes. Já falei com eles. Questionei seus valores. Os observo com a atenção dos curiosos, com os olhos de um analista. Admiro o número 9 clássico, embora o futebol dos nossos dias tenha castrado o atacante só de área. Hoje, ele precisa de asas, voar de um lado ao outro da grande área.
Sei que os atacantes são extremamente frios. Gelados como um pedaço do Ártico. Que vivem em função do gol. Que ficam nervosos quando não fazem um. Que ficam desesperados para marcar um gol. Que ofereceriam dois dedos da mão esquerda para terem duas chances de gol em apenas 90 minutos.
Reverencio os centroavantes. Time sem eles é nada, é 0 a 0, 1 a 0 contra. Mas ainda não estou convencido com o futebol de Maxi López. Ele pode me oferecer novo norte em Santiago. A mim e a todos os seus críticos. O real Maxi López ainda precisa se descoberto. Santiago é um mapa aberto.
Como diz Fernando Torres, sem comparações por favor, apenas para citar um excelente atacante, "eu não me preocupo com o meu futebol, meu único medo é ficar um jogo inteiro sem acertar o gol. O gol é meu futebol".
O gol é o futebol de Maxi Lópes. Nada mais, nada menos.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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