Dez minutos, 600 segundos: a Ulbra não resistiu muito mais na semifinal do segundo turno do Gauchão. Com 45 minutos, o escore no Beira-Rio mostrava 3 a 0 e o Inter passou os outros 45 minutos apenas tocando a bola, sem o apetite dos primeiros instantes, mas Rosinei ainda fez o quarto.
A Ulbra fez o que pode na goleada. Creia. Correu, marcou, suou, se esforçou ao extremo, mas levou três gols ao natural. Teve um pênalti e perdeu quatro gols em sequência: na jogada do pênalti, na cobrança, na primeira boa defesa de Lauro, na segunda grande defesa de Lauro e ainda no rebote. Quando a sorte está ao lado de alguém, pode chover canivete aberto que na cabeça dele cai o fechado. A boa fase do Inter impressiona.
A qualidade técnica do Inter é superior aos da aldeia. Os times se desdobram, às vezes superam o Inter no domínio do jogo, mas com jogadores superiores, o Colorado vence. Afunda os adversários porque tem jogadores muito, mas muito mais qualificados. Eles erram um, duas, três vezes, mas encestam na quarta. Apesar dos 4 a 0, Taison, goleador e melhor jogador do Gauchão, viu o jogo sem chuteiras. Nilmar jogou só meio tempo. Guiñazu ficou de fora. Grupo, o Inter tem grupo. Tem reposição qualificada.
Gostei de Sandro, que se afirma cada jogo. Lauro fez grandes defesas, até em pênalti. D'Alessandro voltou bem. Mas Walter ganhou o troféu da noite. Entrou no intervalo e foi o melhor. Faltou apenas o gol.
O título do Gauchão está ao alcance da mão, a taça está visível, os pavios dos foguetes estão acesos, a cerveja gelanda quer sair do refrigerador. Com todo o respeito ao Caxias, de grande e surpreendente campanha na segunda fase, de perfeita vitória sobre o Juventude (2 a 0), o Inter só perde a final de domingo se a velha e gorda zebra resolver passear no Beira-Rio. O que eu não creio, pois na região as zebras, aparentemente, sumiram.
Com 59 gols marcados (13 sofridos) no certame, 17 vitórias em 20 jogos, invicto, feito único em duas décadas, 90 minutos separam o Inter do bicampeonato. O Gauchão é uma barbada. Nunca um time gaúcho está vencendo um campeonato regional com tanta facilidade.
Em um pródigo ano, será o segundo título consecutivo do técnico Tite de abrigo vermelho. Seus críticos desapareceram, ao menos no Gauchão. Na Copa do Brasil, a história é completamente outra.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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