Maxi López fez um gol de cabeça, homenageou o filho ainda bebê que foi ao jogo, mostrou que é homem de grande área, fez um bom jogo, mas é dependente das jogadas de linha de fundo, de lateral. O argentino fez o seu melhor jogo com a camisa tricolorFoto: Nabor Goulart, AP |
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Depois de 11 camisas tricolores, chegou a vez do nome do técnico interino. Quando o alto-falante soltou "Marcelo Rospide", a torcida explodiu, gritou, aplaudiu e sorriu. Fazia um ano que o treinador do Grêmio não era unanimidade. Fazia um ano que a vaia pipocava em quase todos os cantos do Olímpico. Um ano depois, a torcida se reconciliou com quase tudo no Olímpico e ganhou de presente uma vitória, a liderança do Grupo 7 da Libertadores, a quase certeza da classificação.
O Grêmio fez três: Maxi López marcou o seu de cabeça, numa jogada típica de atacante de grande área, e foi um dos melhores, Réver fez um golaço, Rafa Marques acertou um cabeçada indefensável.
Olhando de longe, de cima, parece tudo azul, tudo bem, tudo ok. Nem tanto, caro leitor. A torcida saiu dizendo. "Ótimo resultado, péssimo jogo". O fã tem razão, sempre tem. É como o leitor. Vi como a torcida.
O adversário foi de uma fragilidade de dar dó, o futebol do Grêmio é de uma precariedade de perder a confiança. O time não tem conjunto, não se entende, a qualidade técnica preocupa. Não há um time titular definido.
Os titulares, que se conheceram este ano, ainda não jogaram 10 partidas juntos. É pouco, é quase nada para um novo time. E futebol, repito o que você repete, é repetição. A falta de planejamento impressiona.
Há certos jogadores que não funcionam em suas respectivas posições, como Makelelê e Fábio Santos, que erram todos cruzamentos, não sabem marcar, ficam ao léu.
Souza é de uma fome de bola impressionante. Ele pega a bola e não solta, quando larga, erra o passe fácil e também o lançamento longo. Souza é um caso sério e recebeu vaias da torcida como uma advertência. Ou ele muda, ou fica marcado. No São Paulo, era coadjuvante, no Grêmio deseja ser a referência. Não é, nunca será. Nas alas e no meio, o Grêmio enfrentar seus problemas mais emergenciais.
Rospide foi o homem da beira de campo, Mauro Galvão estava no reservado técnico falando a cada instante. Nas arquibancadas, 30 mil gremistas entenderam. Apoiaram os 90 minutos. Não gostaram do futebol, mas entenderam.
O momento é de transição. A torcida pediu Renato. A direção não tem convicção do nome, pensa em Paulo Autuori e quer um profissional que se interesse por uma contrato longo. Pediu até sexta-feira para oficializar o nome do novo técnico e do preparador físico.
O Grêmio tem 10 pontos. Ainda tem seis pontos pela frente na primeira fase: três no Chile (La U), quarta, três na Capital (Boyacá Chico). Quanto mais somar, menor será o poder do seu adversário na segunda fase.
A vitória inaugura um novo tempo entre os azuis. O novo técnico é aguardado como o novo Messias. Mas não há magia. Só trabalho.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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