Chego em casa depois de um longo cinema, ligo a Rádio Gaúcha na hora certa e ouço o Pedro Ernesto falar às 23h54min deste domingo que Celso Roth foi demitido. Furo é furo. Pedro é grande narrador, mas é, acima do grito de gol, um repórter.
Funcionário do Grêmio, Marcelo Rospide assume interinamente. Trabalha na terça, contra o Aurora, na Libertadores. Roth perdeu o cargo depois de uma reunião na casa de um dirigente tricolor, após às 22h . Foi a demissão mais esperada da história gremista em mais de 100 anos.
Roth estava por um fio, fino como uma teia de aranha, tênue como um linha de seda. Foi demitido por absoluta falta de qualidade, por ter disputado quatro títulos em um ano e perdido todos, não disputando nem uma final (com exceção do Brasileirão que não possui final)
Um amigo gaúcho de São Paulo, Zico Farina, gostaria que o futebol fosse como regime parlamentarista. Quando cai o técnico, ele diz, toda a direção deveria tremer. Do presidente ao homem de futebol.
Zico está certo. Um técnico não pode sair sozinho. Precisa levar junto, braço a braço, os que o apoiavam, desenhados com o fardamento da direção. No fracasso, perder o treinador é normal. Anormal é manter os homens do futebol que ofereceram todo o apoio ao treinador fracassado.
Roth era um grosso muro de Berlim no Olímpico. Sua demissão estava sendo cozinhada desde o ano passado. Roth conseguiu desestabilizar a nação tricolor desde o dia que vestiu azul, sem poder fazer do azul a cor de uma taça. Gremistas desistiam de ver o Grêmio com Roth de abrigo, postado na frente das sociais do Olímpico.
Roth quebrou o anel de aço que existia entre o clube e a torcida. Recebia R$ 220 mil a cada 30 dias. Era uma fortuna. Nunca um time pagou tanto por um técnico que nunca ganhou nada. Nunca um grupo de dirigentes errou tanto em tão pouco tempo. Roth mantém a sua rotina de demissões.
Sem Roth, seja qual for o técnico, o Grêmio desperta para uma nova realidade. Qualquer treinador é melhor que Roth, uma vez que Roth perde todos os títulos que disputa. O lucro é imenso. O Grêmio recomeça. A Libertadores ganha novo oxigênio. O Grêmio tem novo norte.
A derrota no Gre-Nal não foi por nada, como as duas anteriores em 2009.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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