Alex Mineiro perdeu o rumo, o atalho, a trilha, a curva do gol. Sofre da amnésia da grande área, mal que ataca os goleadores de tempos em tempos. Ninguém da bola está imune. Nem mesmo um dos goleadores da temporada passada no Brasil, que o Grêmio buscou no Palmeiras oferecendo um salário de três dígitos.
As dores musculares de Alex abrem caminho nesta última segunda-feira de março ao argentino Maxi López, um dos jogadores mais caros da história tricolor. López é um mistério. Ninguém conhece o seu real valor, embora muitos digam saber dele desde sempre.
López estava na Europa, escondido na Rússia, ao menos para os nossos olhos latinos, e jogava pouco. Quem mira os seus tempos de River Plate verá outro jogador. O jovem mudou. O atacante é a maior aposta do clube gaúcho para a Libertadores.
Aos poucos, Maxi López ganha a forma física perdida, recupera a parte técnica, a certeza do drible, domina o tempo da bola. Ele já marcou um gol em jogada típica de centroavante. Bem posicionado na pequena área, aproveitou o rebote do goleiro.
Mas o avante argentino ainda fez pouco. É preciso mais, bem mais para tomar a camisa de titular. O São Luiz é um teste, mas ainda depende da boa vontade de Roth, que estranhamente prefere optar por Jonas e Herrera, dois jogadores de movimentação. Jonas, por seu turno, faz gols, mas é um definidor atrapalhado. Sua média de gols perdidos é histórica. Se não baixá-la, perde espaço.
Roth precisa testar os dois argentinos juntos o quanto antes. Os dois se complementam, falam o mesmo idioma e vão oferecer outro ânimo ao ataque. Se Roth usar Douglas Costa se aproximando da dupla em determinado momento da partida, o Grêmio será outro. Muito mais incisivo, ofensivo, matador. Douglas, porém, é tratado no Olímpico como um mísero reserva. Seu status no Olímpico está abaixo do de Orteman.
O futebol mudou muito. Está sempre mudando. O centroavante de área ainda existe. Mas ele não deve cuidar só da encardida zona da grande área. Precisa jogar também como meia, trabalhar a bola, fazer jogadas pelas pontas, servir de garçom, tabelar, ajudar na finalização dos colegas. Alex faz tudo, mas não anda marcando gols. O seu problema vive aí.
O Grêmio espera tudo de Maxi López (e mais um pouco) mesmo desconhecendo o potencial do jogador. Acha que ele pode fazer a diferença num ataque quase mudo na Libertadores. O jogo desta noite pode nova prova, ainda que pelo Gauchão, um campo de teste.
López precisa sacudir a sua carteira de identidade de atacante. O conterrâneo Herrera pode ajudar e Jonas também. O López precisa jogar, jogar. Ganhar ritmo e confiança. Mostrar quem ele é. Mostrar que pode deixar Alex no banco em busca de melhores dias.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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