O Grêmio segue sem ritmo e sem rumo no terceiro mês de 2009. Completou em Santa Cruz (3 a 2) seu quarto jogo sem vitória, dois empates, duas derrotas. Usou um time recheado de reservas, sem esquema tático definido, sem estabilidade emocional. Perdeu. Perder para o Santa Cruz é sempre uma façanha.
Makelele é o símbolo do Grêmio dos nossos dias. Ele joga na ala, no meio, no ataque. Como joga em todas e se esforça muito, ninguém sabe onde ele joga mesmo. Não rende nada em parte alguma, ao menos para um time que espera algo maior, mas é sempre escalado, quando não entra no meio dos jogos. Ao favorecer Makelele, Celso Roth atrapalha o nacimento de outros. Quando insiste com Diogo, o caminho é o mesmo.
O Grêmio atravessa uma profunda crise técnica. É um time estressado. A cabeça não vai bem. Depois da derrota, Roth destacou problemas em todos os lugares, da grama ao árbitro, da maratona de jogos a juventude dos jogadores, das lesões ao murmúrio dos torcedores. Só não viu os da sua triste e desorganizada equipe. Não notou que os seus problemas começam a atingir o vestiário também, depois de passar pela direção.
Maxi López estreou, jogou menos de um hora e não mostrou absolutamente nada. Maxi foi como o futebol do seu time, mínimo. Não empolgou nem por um segundo. Sua estréia foi uma não-estréia. Bom, ele terá novas chances.
O Grêmio é um clube fraturado em dois. De uma parte, a direção e o treinador. Do outro, os torcedores. Há um ruptura natural dos momentos de crise. Depois do jogo, no Interior, a torcida cercou o ônibus da delegação, não atacou os jogadores, mas pediu a demissão do treinador. Os dirigentes, lógico, taparam os ouvidos e olharam para o outro lado.
O Grêmio joga mal outra vez e culpa o Gauchão pelo seu futebol crítico. Em bloco, dirigentes e torcedores garantem que a Libertadores é a redenção, que tudo será diferente. Que uma vitória na Colômbia, quarta-feira, contra o Boiyacá Chicó, uma das revelações do futebol do país, mundará o panorama.
Como? Eu pergunto. Se logo na véspera do segundo jogo da Libertadores, o Grêmio não tem mais nem time titular, um esquema definido, uma idéia clara de futebol. Ninguém sabe mais o que os jogadores podem fazer em campo, o que eles podem render, qual o melhor esquema tático, qual a formação ideal. Nem o técnico sabe. Ele se repete. Seus times nunca acabam bem.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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