É ruim perder um Gre-Nal. É horrível perder quase todos na era Celso Roth, sofrer oito gols nos últimos três. O 2 a 1 no Beira-Rio deixa na casa colorada o título do primeiro turno do Gauchão 2009. Vitória justa, superior, taça no armário sem contestação.
Em 100 anos de clássico, o Inter venceu 140 dos 375 disputados. Fez 536 gols.
O mérito é vermelho, mas Celso Roth ajudou no 2 a 1, ofereceu a sua enorme cota, perdedor que é. Escalou, sem necessidade, um time diferente daquele que fez a melhor exibição do ano quatro dias atrás. Repetiu seu esquema alienígena com seis homens no meio-campo e apenas um atacante e levou os mesmos 2 a 1 de Erechim do mês passado.
Em determinado momento, o Grêmio atuou com dois laterais esquerdos ao mesmo tempo. O time ficou tonto. Perdido. Índio perdeu um gol na pequena área, Nilmar acertou o poste.
Roth desdenhou o Gre-Nal quando observou o Inter como adversário da final. Preferiu culpar o calendário. Falar em Libertadores. Disse que testaria um sistema tático no clássico e anunciou o mesmo alienígena esquema para o jogo na Colômbia. Esquema perdedor.
O Inter, que jogou melhor, venceu com razão, criou um maior número de situações de gols, fez dois (Índio e Magrão) no segundo tempo, mas poderia ter deixado o primeiro tempo com um 2 a 0 não fosse dois milagres de Victor - que ainda faria uma terceira defesa numa cabeçada de Andrezinho, o melhor em campo. O Inter foi superior em tudo, técnica e taticamente, e ainda viu um adversário nervoso, errando muito e em até certo momentos desinteressado. O Inter teve atitude, mesmo sem D'Alessandro. Ao Grêmio, que parecia chegar ao Gre-nal mais encorpado, faltou futebol e até fôlego nos 15 minutos finais.
O líder Tcheco, outra vez nervoso, afundou mais uma vez em um jogo importante, passou a intranquilidade ao restante da equipe e ainda discutiu com os próprios companheiros. O capitão precisa ser frio e esquentar o seu time, não a sua cabeça. Náo deve perder a concentração no jogo.
Guiñazu, Sandro, Magrão e Andrezinho policiaram a defesa, retiraram todas as opções defensivas dos azuis, que não criariam situações de gol nos 90 minutos. O gol de Alex saiu de fora da área. Na sua melhor atuação no Sul, Kleber foi o ala que todos esperam e Taison incomodou toda a zaga adversária.
Alex Mineiro fez o gol, mas teve uma atuação pobre, preso no meio da zaga, sem mobilidade, quase despreocupado com a partida. Souza não achou a bola e Ruy abriu uma avenida nas suas próprias costas. O Grêmio esteve irreconhecível, longe do bom time da quarta-feira passada. Muito pelo desastrado Roth e a mensagem de desânimo que passou aos seus comandados insistentemente nas últimas 48 horas.
A direção, por seu lado, achou tudo natural, tudo ok, tudo bem. Mesmo com o lado rubro do Beira-Rio gritando "fica Roth e pedindo bis.
Roth não pode ver Tite por perto. Fica nervoso, se atrapalha, treme, erra a mão, usa três, quatro esquemas num mesmo jogo, perde a concentração, discute com jogador adversário e, naturalmente, perde. Em um ano de Grêmio, Roth disputou quatro títulos, perdeu os quatro. Na Libertadores já arrancou em segundo, disputando apenas um jogo, só 90 minutos.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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