O São Paulo de Jean, na bola com Candia, do Independiente, usou três atacantes para buscar o empate no Morumbi. Mas Muricy avisou: é esquema de emergência. O treinador Roth deve pensar o mesmoFoto: André Penner, AP |
Na escassez de bons atacantes, no deserto de gols, o Grêmio conseguiu a proeza de unir quatro especialistas. Do total, você viu, jogam dois, às vezes um, no alienígena esquema 3-6-1 de Celso Juarez Roth. Três é uma hipótese remota, mas é remédio para o desespero.
Os quatro juntos você jamais verá. É utopia. Vivemos no terceiro milênio e não mais meio século atrás, nos gloriosos anos 1950. Três atacantes lado a lado, ao menos com a camisa tricolor, só serão chamados em momentos de puro pavor, quando o time precisar desparamente da vitória em jogos encardidos no Estádio Olímpico ou fora do pobre e desamparado Rio Grande.
Quarta passada, o São Paulo jogou com três atacantes tentado desmanchar o 1 a 0 do adversário. Empatou na prorrogação. O Morumbi ficou com o 1 a 1 sem sorrir.
Na Europa, grandes times competitivos, como Manchester United, Liverpool, Milan, Bayern de Munique, entre outros, adotam os sistemas com três atacantes com absoluta regularidade. Mas são jogadores acostumados a obedecer esquemas táticos com rigor militar. Com a obediência de um aiatolá.
O United, por exemplo, joga com Berbatov enfiado, mais centralizado na boca da grande área, ao lado de Cristiano Ronaldo e Rooney (ou Tevez), que se movem mais pelas pontas, fechando no meio, voltando quando precisam ajudar o meio-campo. Neste caso, o setor é quase sempre policiado com três homens (não necessariamente volantes quebradores de bola).
Com Jonas e Alex Mineiro, o duo titular, ou com Herrera e Jonas, ou ainda Herrera e Alex, ainda na espera das melhores condições físicas de uma esperança chamada Maxi López, o Grêmio busca o ataque com o apetite e a qualidade que não tinha em 2008. O desespero aproxima Jonas, Alex Mineiro e Herrera, dois pelas pontas, o centroavante mais centralizado.
Curioso: O Grêmio tem quatro atacantes, sabe que não pode usar todos juntos e tem certeza que três ao mesmo tempo só terão chances no auge do desespero dos 90 minutos. A lógica (e o merecimento) exibe Jonas e Alex com as camisas titulares hoje. Amanhã é outro jogo. É em março que Máxi Lópes precisará mostrar quem realmente é.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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