Ver jogo de um time recheado de reservas é sempre uma surpresa. Grata por um lado, tediosa por outro. Os times normalmente estão desarrumados, sem uma idéia clara de jogo, sem jogadas de aproximação, tabelas ou ensaio. Os 11 normalmente entram em campo sem ter feito um só treino com a mesma formação. É chute para todo o lado.
Foi o caso do Grêmio que fez três no alquebrado Brasil. Jogou melhor, claro, venceu fácil, podia ter feito dois gols mais, no mínimo, não fosse duas espetaculares defesa de Danrlei. Goleiro ainda com potencial, mas que perdeu seu norte de grande área depois que deixou o Olímpico (A cada boa defesa no jogo a torcida gritava o nome do ídolo goleiro, algo surrealista). Nunca encontrou a estabilidade em outro clube de ponta.
Em jogos como o de terça-feira fica mais fácil jogar, dada as exigências da partida. Em encontros de tal porte, Orteman e Makele, por exemplo, sempre atuam bem, fazem gols, aparecem. Quando a turma se encorpa, eles somem, como mostraram no Brasileirão passado. Insistir com estes dois jogadores é um erro, é roubar o espaço dos mais jovens. Eles já ganharam todas as chances possíveis. O mesmo pode-se dizer de Reinaldo.
Por outro lado, o positivo, Herrera fez o seu gol logo na primeira partida que saiu jogando desde o primeiro minuto. Mas não gosto muito da dupla Herrera/Jonas. Prefiro um dos dois, no momento Jonas, com Alex Mineiro, que dá mais qualidade e inteligência ao ataque. Herrera/Jonas pode ser usada, óbvio, dependendo das condições do adversário.
O pequeno, ágil e driblador Jadilson mostrou que é opção quando o jogo aperta, quando existe a necessidade de um ataque insistente. Ele é quase um ponta esquerda do passado, tamanha a sua forme de chegar ao fundo de campo. Defensivamente, porém, é uma avenida e precisa de proteção. É o legítimo ala que se dá bem com a formação de três zagueiros.
Outro que jogou bem, vai jogar mais, basta ganhar sequência, é Adilson. Ele não tem o tamanho, nem a presença física de William Magrão. Mas sabe se movimentar em campo, tem noção de espaço, marca, rouba bola. Precisa, claro, trabalhar mais o passe, acertar o lançamento, arriscar mais o chute de fora da área. Treinar e treinar.
A decepção da noite foi Douglas Costa. Um grande chute de média distância e quase nada mais. É muito jovem ainda, tem potencial, tem brilho pessoal, sabe-se, porém ainda deve a grande exibição que todos esperam.
Outro que preciso ver mais é Diogo. O volante não chamou atenção por nada mais que a vontade, pura vontade.
PS: Pena que o Tribunal de Justiça da FGF seja um organismo fantasma, não existe. A voadora criminosa de Jorge Muti no jogador adversário, que recebeu corretamente o cartão vermelho, é caso de suspensão exemplar. Foi uma atitude antiprofissional.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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