Derrota em Gre-Nal, independentemente da performance do time, sempre cobra uma conta pesada. Quando o clássico antecede a estréia numa competição muito superior ao Gauchão, com a Copa Libertadores da América, a fatura chega em euros, tamanho o seu valor.
Imaginado que o seu grande problema é a arbitragem e quase nada mais, o Grêmio vê fantasmas em cima de árvores e perde o foco nos problemas reais. Claro que a derrota no clássico passou um pouco pela arbitragem, que reconheceu o erro, mas é preciso ir além, olhar depois do morro, procurar enxergar o horizonte, antecipar o amanhã.
1) O esquema 3-6-1 é ineficiente. Permite a enganosa sensação de que o time está dominando. O meio-campo se fortalece, mas o ataque se apresenta esquálido. Futebol é equilíbrio. Se um setor for muito mais forte, mais encorpado do que o outro, o time não funciona bem como um todo. O 3-5-2, que deu certo em 2008, é o ideal para o momento.
2) Alex Mineiro precisa de companhia no ataque. Não pode viver como um ser isolado, batendo nos zagueiros e voltando. Ele necessita de outro atacante ao seu lado, como Herrera, para servir e ser servido. Os melhores times do mundo jogam com até três atacantes. Um mais fixo, dois voltando para compor com o meio-campo.
3) O Grêmio não pode, não deve, colocar toda a culpa da derrota no clássico na arbitragem. É a saída mais fácil, ajuda a mascarar erros que mais tarde aparecerão em dobro, às vezes em momentos decisivos. É um perigo imaginar que todos os erros passam pela arbitragem.
4) Celso Roth continua perdendo jogos decisivos, um depois do outro, quase como uma sina. Sempre existe algo ou alguém conspirando contra a sua sorte. O treinador simplesmente não encontra o equilíbrio em suas ações. Perde sempre. Enquanto não souber porque perde, óbvio, não vai ganhar.
5) O Grêmio precisa qualificar o grupo. Vários reservas decepcionaram em Veranópolis. O banco no Gre-Nal era insuficiente. É preciso certos ajustes, a contratação de um volante mais qualificado, de um zagueiro experiente e de um atacante goleador. Todos entrariam no time ou disputariam posição imediatamente.
6) A Libertadores se aproxima, começa no próximo dia 25, o Grêmio é favorito e deve passar com alguma tranqüilidade por Boyacá Chicó (Colômbia), Universidade (Chile) e Aurora (Bolívia). O pior vem depois e o que se vê hoje é um time carente, ainda sem os músculos necessários para disputar o título.
7) O enigma Tcheco, que brilha nos jogos fácil, patina nos jogos mais complicados. Tcheco é bom jogador e é coadjuvante, mas em partidas mais importantes ele tem sido apenas um jogador comum. Tcheco precisa se reinventar em jogos mais complicados.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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