Marco Estrada (E), da Universidad de Chile, comemora a classificação do seu time, o adversário do Grêmio na estréia da Copa Libertadores da América, dia 25Foto: Claudio Cruz, AP |
Colega de ZH, Daniel Feix, que gosta de futebol, conhece, tem memória e frequenta estádios, parou na poltrona para assistir Pachuca e Universidad de Chile. Ele conta o que viu, o que muitos de nós não conseguiu ver na madrugada. Grêmio e La U jogam no próximo dia 25 no Olímpico, na Quarta-Feira de Cinzas.
Abaixo o relato do Daniel:
A classificação da Universidad de Chile sobre o Pachuca, na madrugada de hoje (horário brasileiro), foi melhor para a própria Libertadores, que ganhou um participante muito mais tradicional na fase de grupos, e também para o Grêmio, que com o resultado não precisará enfrentar uma longa viagem e a altitude do México e ainda vai se defrontar com um time menos técnico em sua estreia na Copa.
Com exceção dos primeiros 10 minutos de jogo, quando com uma marcação adiantada La U conseguiu neutralizar o ímpeto do Pachuca, o time mexicano pressionou e deu indícios de que sua classificação viria - a confirmação era só uma questão de tempo.
É verdade que os chilenos demonstraram qualidades - não seria sem elas que conseguiriam uma classificação histórica, em que jogaram com um a menos desde os 10 minutos do primeiro tempo -, mas não há no elenco da U jogadores de qualidade como o apoiador paraguaio Edgar Benítez ou como o veterano meia argentino Christian Giménez (ex-Boca), astros do Pachuca.
Mais que isso, a equipe chilena demonstrou nervosismo, cometendo faltas e levando cartões desnecessários a todo o instante, provavelmente decorrentes da juventude e da inexperiência de quem, apesar da tradição e da enorme torcida que lhe dá suporte, não alcança as fases mais importantes das competições internacionais há bastante tempo.
As más notícias para os gremistas dizem respeito, em primeiro lugar, à boa estruturação tática do time dirigido pelo uruguaio Sergio Markarian, que treinou o Paraguai na Copa de 2002 e é conhecido como "mago" em seu país de origem pela capacidade de organizar equipes médias sobretudo defensivamente.
Dificilmente La U virá ao Olímpico com uma equipe vulnerável - apesar de estar com 10 homens e de ser pressionado por uma equipe que fazia a bola girar com velocidade de um lado a outro do campo, e apesar do nervosismo e das atitudes precipitadas de alguns de seus jogadores, seu sistema defensivo pouco falhou ao longo de toda a partida de ontem.
Em segundo lugar: a bola parada - foi com ela que La U conseguiu o gol da classificação - é perigosa em todos os setores do ataque chileno, sempre com o canhoto Marco Estrada, que chuta bem de três dedos e também com o lado de dentro do pé.
Terceiro: a equipe de Markarian joga com uma linha defensiva formada por quatro homens de bom poder de marcação e uma meia-cancha estruturada de maneira bastante compacta. Os jogadores permanecem próximos, tanto que o Pachuca não conseguiu fazer valer o fato de estar com um jogador a mais em campo. Para alcançar o gol de Miguel Pinto - que aliás tem sido convocado para a seleção chilena -, os mexicanos precisaram usar as laterais. Sempre. Só chegaram por ali.
Pelo menos ontem, exceto pelo seu goleiro - que ainda repetiu o nervosismo da equipe e foi inseguro em parte do tempo - e pelo seu cobrador de faltas, La U não teve destaques individuais.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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