Duas partidas, quatro pontos, um fora, três em casa, seis gols-pró, um contra, definem o Grêmio 2009 em rápidos 180 minutos de Gauchão. Os adversários, Inter SM e Esportivo, são dois arremedos de time, com o devido respeito, e não servem de parâmetro para ninguém.
O verdadeiro Grêmio ainda é um ilustre desconhecido. Precisa de adversários mais graduados para se mostrar, dizer quem é, exibir seu poder. O Novo Hamburgo pode até incomodar, correr 70 minutos, jogar a partida do semestre, mas será sempre um time do Vale dos Sinos tentando recuperar a sua grandeza quase perdida.
Se a defesa gremista perdeu, sem Pereira, se o meio-campo caiu, sem Rafael Carioca, o ataque parece mais confiável, com o talento de Alex Mineiro, um centroavante que não tem cara de centroavante tradicional.
Mineiro não é 8,5, nem é 9. Fica rondando a grande área, não tem medo de pisar no seu terreno minado, nem de chutar a gol, muito menos de passar, servir o companheiro. Alex surge como uma solução. É esperança, ainda não um fato.
Se contasse com Herrera na temporada passada, o novo e promissor reforço da atual, o Grêmio teria sido campeão, levantado a terceira taça do Brasileirão. Herrera volta mais maduro, experiente. Perde gol, mas faz. Os que estavam em 2008 nem sequer perdiam.
Pelo que sei e vi, Tcheco não pode ser o grande jogador do Grêmio. Tem qualidade, mas é coadjuvante. Pelo que imagino, Souza pode ser um dos destaques da temporada, basta repetir as suas performances paulistas, seja pelo meio, seja pela ala.
O que Celso (eu sou teimoso demais) Roth não pode fazer e repetir é jogar Souza por todos os lados do campo, trocando sua posição a cada 90 minutos, fazendo dele um bancário em certos domingos.
O Grêmio reforçou seu grupo em todos o setores e ainda espera pela promessa Douglas Costa. A direção se esforçou, arrancou dólares de pedra, empenhou tudo, mas ainda não conseguiu trazer o grande jogador. Aquele que faz diferente, que tira o time do aperto, que faz o gol decisivo, que move a massa, que estanca o adversário e o faz pensar.
O Grêmio tem bons jogadores, cinco ou seis, no mínimo. Não tem um craque. Falta um craque. A Libertadores as vezes está ao alcance de um craque.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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