Perdi durante quase 15 dias o trem da informação esportiva gaúcha, nacional e planetária. Fui mais um leitor desatento, sem a obrigatória preocupação diária. Na volta, fico na parada, entrou outra vez na fila e procuro embarcar numa das cabinas na próxima curva. Enquanto observo o comboio, que se move mais vagarosamente nos trilhos do janeiro do Brasil, noto que o Grêmio não saiu do lugar. Nem faz muita força para tanto. Aliás, não exibe máquina capaz de um arranque superior.
Nem parece que o Grêmio está na Taça Libertadores da América. Lembra mais um clube em busca de ano normal, do desarticulado Gauchão, da sempre saudada Copa do Brasil, do cobiçado Brasileirão.
As contratações não empolgam, apesar de Alex Mineiro e Jadílson, que teve seu grande momento três ou quatro temporadas atrás. Quem veio não faz a diferença. Nunca fez em lugar algum. Os que fazem estão em outra órbita.
Rodrigo Caetano saiu porque os vorazes dirigentes, mesmo os amadores, querem tomar conta do futebol, entrar sem bater na porta. Veio Mauro Galvão. Zagueiro de alto nível, embora baixo e magro, era rapidíssimo na bola pelo chão, mas nunca empolgou como treinador.
Galvão no papel de gerente de futebol é a maior surpresa do ano de 13 dias. É quase inacreditável. Nunca vi ninguém dizer (nem o próprio), que ele tinha aptidão para a função ou se estudou para tanto.
O novo preparador físico (Humberto Ferreira) é um ex-preparador físico que tinha abandonado a profissão, assumindo o trabalho de assessor técnico. A opção foi de Celso Roth, que hoje manda no Olímpico. Nos últimos quatro anos, o time correu como poucos graças ao trabalho de dois bons profissionais, como Flávio Trevisan. O atual é outra aposta perigosa.
O ala Felipe Mattioni, que tem mais fama do que futebol, faz o que quer com o Grêmio, guiado pelos seus astutos empresários, que dizem que os dirigentes tricolores estão mal informados nas questões internas do clube. Mattioni é o melhor da posição, mas ainda precisa mostra mais. ocupar o espaço com bom futebol. De Ruy, claro, se espera pouco, talvez o mesmo nada de Paulo Sérgio.
Não sei se eu embarquei no vagão errado, mas observo um Grêmio quase estático, amortecido pelo calor do verão, ainda sem o pique da Libertadores. Falta carvão na máquina. Falta jogador, falta o jogador que faz ganhar. O time de hoje é a cara da temporada passada. Não melhorou um milímetro. Ou eu estou totalmente errado?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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