Libertadores e Grêmio é um aparente namoro sem final feliz, sem altar na metade do ano que se apresenta. Hoje é assim, e fevereiro, mês de abertura do torneio, não está mais tão distante, nem promete grandes e positivas surpresas.
O fã, mesmo o mais feliz que navega no otimismo, procura e não acha time capaz de empolgar. Investiga e não vê solução no Estádio Olímpico, não encontra uma tênue pista, seja na cabeça rebelde do treinador de R$ 200 mil mensais, seja nos até agora discretos e nada criativos homens do futebol – e ainda leio que Rodrigo Caetano pode sair. Caetano é o começo do futuro das categorias de base e uma voz profissional entre alguns dirigentes amadores.
Não se vê no andar de cima das hostes tricolores do Rio Grande 11 capazes de erguer a taça do Tri da América da bola. O marketing do clube, fonte de receitas, é de um mutismo ensurdecedor (so sorry Nelson Rodrigues). Amigo paulista queria comprar um camisa do Grêmio da Libertadores 2009, presentear um camarda gaúcho. Não encontrou. Ficou sabendo que ainda não tinham inventado o produto menos de 60 dias antes da estréia na competição.
O terceiro título é um sonho antigo, que povoa gloriosas noites azuis desde o celebrado 1995, ano do Bi. Um milagre e um time prá lá de esforçado levaram o Grêmio ao melhor palco argentino no ano passado, mas o Boca se levantou como o melhor time do continente de fato e de direito.
Se o Grêmio não é mais o mesmo, o Boca é menos ainda. É campeão nacional, mas apresenta um time menor, longe dos seus grandes momentos, sem o brilho de craques de históricas jornadas. Ainda se move em torno do genial Riquelme, mas o craque aparenta certo cansaço, um aparente desdém para com a bola.
Até os argentinos que me cercam em Ibiraquera e na Praia do Rosa, onde a chuva intensa prende todo mundo em casa na maior parte do dia e depois ajuda a lotar os restaurantes, apesar das estradas pavorosas, dizem que o Boca está se reconstruindo e a reconstrução ainda leva algum tempo. A conquista do Apertura foi um "destes milagres da bola". Eles não esperam muito, quase nada de Libertadores, talvez em 2010.
A Libertadores está na órbita do São Paulo, o clube mais bem estruturado das Américas e a equipe que tem o melhor aproveitamento na história do mata-mata da Libertadores (Boca é o segundo). O São Paulo perece mais pronto, mais organizado, melhor recheado. Não só está na competição, como fala em vencer, quer vencer, anuncia que vai vencer.
São Paulo e Boca, apesar da reforma, são os dois favoritos na largada. Não vejo um terceiro, procuro e não encontro. Nada no Uruguai, zero na Colômbia, mas lembro que a LDU já tocou na Copa. Fora possíveis zebras, sou mais São Paulo, a realidade destaca o São Paulo, onde não falta grana, onde sobra organização.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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