Celso Roth teve ao seu lado todas as entrevistas coletivas e todos os motivos do mundo nos últimos 30 dias para colocar suas mágoas para fora na sua própria terra. Preferiu correr para os braços da sempre atenta Placar. Desabafou nos ombros largos da histórica revista de futebol do país.
O Brasil inteiro precisava saber. O treinador gaúcho queria platéia nacional. A regional seria pouco. Conseguiu.
Roth tem o direito de se queixar para quem quiser e todos os dias, se assim desejar. Pode reclamar para o Papa, pode chamar George W. Bush para ouvi-lo, já que gasta parte das férias em Nova York.
Ninguém pode tirar o direito de Roth falar o que quer, muito menos o de escolher os seus interlocutores preferidos. O que espanta é a postura do técnico gremista de salário mensal superior aos R$ 200 mil mensais, ou R$ 2,4 milhões anuais, foram prêmios extras. Suas críticas aos dirigentes, em assuntos que pareciam sepultados pelo tempo, é que ferem a normalidade. Roth mói no presente suas mágoas ficandas no passado.
Roth não mediu a sua antipatia pelos dois mais importantes dirigentes tricolores de 2008, Paulo Odone e André Krieger. Ok, a entrevista foi feita no final de outubro, no calor de alguns resultados adversos no Brasileirão, quando o Grêmio se despedia aos poucos do título pelas falhas em seqüência do seu treinador e na certeza de que ele seria demitido logo ou que seu contrato não seria renovado de forma alguma na temporada seguinte.
Ok, é preciso observar o momento das declarações. Colocá-las num contexto. Mesmo assim, faltou ao treinador algo que ele nunca teve: elegância. Roth minou seu futuro no vestiário do Olímpico.
Roth dobra o ano como viveu: sob a desconfiança da maioria, apesar do seu trabalho sério, porém sempre longe do pódio. Abriu um crise no clube absolutamente desnecessária e fora de época. Uma crise gratuita. Barata.
A entrevista foi o presente de Natal que ele ofereceu ao torcedor azul que tanto despreza. Roth ainda nem começou o ano e já se indispôs com o principal dirigente do futebol do clube. Mas o técnico não está nem aí. Roth parece mandar mais no Grêmio do que muito dirigente.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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