A eleição do Inter exibiu o óbvio. A reeleição de Vitorio Piffero roçou o natural. Os sócios apenas confirmaram o poder nas mãos da melhor dupla de dirigentes da história colorada, Piffero e Fernando Carvalho. A dupla liderou o clube na sua virada histórica, na chegada ao lugar que habitava os melhores sonhos vermelhos.
Está certo que Piffero se atrapalha sem Carvalho por perto. Os dois se completam. Foi preciso convocar o ex-presidente recentemente para tentar recuperar o Inter, algo que parecia improvável nas mãos de Giovani Luigi e Piffero.
A diferença entre Carvalho e os outros que o cercam nem é a gestão. É o conhecimento que Carvalho tem do futebol. Ele conhece o jogador dormindo, sabe quem é quem, descobre o paradeiro de cada um. Um dia fiquei sabendo que Carvalho vê futebol na televisão até mesmo quando está na sala de ginástica pedalando, tentando queimar os quilos extras.
O Inter parece seguro nas mãos do seu melhor dirigente em 100 anos. O fã se tranqüiliza, o jogador sabe com quem está lidando, se acalma e trata de jogar. A eleição de sábado foi um exemplo gaúcho ao país. Votação simultânea em vários municípios, milhares de pessoas cercando o Gigantinho e o Beira-Rio inteiramente aberto ao seu povo num sábado de primavera.O gramado parecia um pedaço do Central Park de Nova York.
A primeira missão dos novos eleitos é reformar o contrato de Tite, com aumento, o justo salário de um treinador campeão. Tite foi uma aposta pessoal de Carvalho contra a opinião de Piffero. Hoje o treinador encanta os dois, sente no Beira-Rio uma extensão da sua casa e trabalha em paz e alimentado pela confiaça de todos que o cercam. Se dá bem com todos, freqüenta a torcida com tranqüilidade e ganhou o grupo com o seu jeito e suas roupas de pastor.
Tite tem um esquema definido, um time pronto, mais de 20 jogadores motivados. Ele cresce no mata-mata, é onde se dá melhor, seus grandes títulos nasceram numa Copa do Brasil e numa Copa Sul-Americana. Pode-se dizer que Tite é um copeiro.
Mantendo o atual elenco, o Inter ainda precisa de dois laterais e um atacante para jogar ao lado de Nilmar ou mesmo ser o seu reserva imediato. A urgência maior está do lado direito, onde Bolívar joga improvisado e não tem a qualidade dos outros companheiros. Ele falou que nem gosta de atuar na lateral. Prefere o meio, mas na zaga central ele não tem espaço.
Mais do que uma base, o Inter tem um time definido e treinado. Fora o São Paulo, ninguém, além do Inter, possui 11 titulares prontos para jogar seus respectivos campeonatos regionais em 2009. Por conhecer os 11 titilares, nome e sobrenome, o Inter entra firme, forte e favorito na Copa do Brasil, torneio que o papa-títulos São Paulo está fora.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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