Em três décadas azuis, quatro técnicos deixaram o Olímpico com nome nacional e com faixas de campeão. Usaram o Grêmio como mola propulsora de suas respectivas carreiras:Valdir Espinosa, Luiz Felipe Scolari, Tite e Mano Menezes. Podemos, quem sabe, lembrar um quinto profissional: Telê Santana. O mineiro usou Porto Alegre como novo passaporte do seu futuro.
Todos os gaúchos chegaram do Interior, desembarcaram via rodoviária, sem a confiança geral, sem o otimismo dos fãs. Venceram, apesar de tudo e de todas as críticas. Pode-se dizer que o Grêmio os revelou, deu espaço. Competentes, cada um ao seu modo, todos venceram na profissão.
A pequena fortuna mensal exigida por Celso Roth, em torno de R$ 300 mil, vai contra a idéia histórica de futebol do Grêmio de revelar técnicos. De buscar jovens profissionais em algum canto do Rio Grande do Sul.
O valor é um absurdo, é impensável. É salário de Muricy Ramalho, tricampeão nacional, é quase o de Vanderlei Luxemburgo, um dos dois melhores do país.
Cada um pede o que quer. O clube tem o direito de não aceitar. Roth vivia no limbo até o começo do ano, estava sem clube, sem mercado, sem saída. Roth não faz falta.
Ao contrário de gastar R$ 300 mil com um técnico de competência duvidosa, basta dividir o valor em dois e buscar uma dupla de atacantes de qualidade no país ou fora dele e ainda sobra dinheiro para o salário mensal de um bom ala esquerdo. O Brasileirão só não foi tricolor, o do Sul, porque faltou poder ofensivo, entre outros problemas que assolaram o treinador, entre eles a Polícia Federal.
É óbvio que a nova direção gremista, que na área do Futebol é a mesma, deve saber melhor do que nós somadoso real valor de um técnico de futebol. É certo que Roth não merece R$ 300 mil a cada 30 dias. Eu penso assim. Ou você, fã, acha que ele merece?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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