Foto: Nabor Goulart, AP |
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A última esperança, sempre resistente, era o título nacional. Ficou o rico sabor da Copa Libertadores, uma iguaria. O vice do Brasileirão passa longe de um campeão. Mas pode usar o trampolim do segundo lugar para buscar glória maior na próxima temporada, a continental, talvez um Boeing lotado em direção ao topo do mundo.
O caminho tricolor está aberto e cimentado. Sobra vontade e promessas. Falta time e qualidade. É preciso dinheiro. Não basta estar na Libertadores. É necessário entrar e ganhar, exibir qualidade para chegar ao topo.
Os quase 50 mil gremistas que tomaram os assentos do Olímpico na arrastada e difícil vitória sobre o Galo mineiro (2 a 0) ofereceram uma arrepiante manifestação de fé, paixão e dedicação ao time. Começaram a aplaudir sem parar os seus jogadores. Em pé, braços erguidos, os fãs aplaudiam e saudavam o nome do Grêmio. Foi de uma afetividade comovente. Algo que os estádios não conhecem bem, não enxergam em finais de temporada. Foi um obrigado da torcida ao time.
O sempre distante e discutido Celso Roth deixou de olhar o jogo por um minuto e ficou mirando a massa azul, hipnotizado pela ação da torcida. Depois do jogo ele estava feliz, quase saltitante, com o vice-campeonato.
Claro que o Grêmio comemorou a vaga da Libertadores com foguetes, fogos que poderiam ter subido bem mais alto. Foi o que sobrou. O resto do ano foi ruim de doer, um dos piores da história.
O Brasileirão quase parou em Porto Alegre. Depois de ficar 17 rodadas na ponta, 11 pontos na frente do São Paulo, o Grêmio foi entregando os pontos aos poucos, murchando, perdendo jogos decisivos, despencando em casa, vacilando fora.
O Grêmio ainda não descobriu porque perdeu. Se não descobrir, não vai saber como ganhar. A Libertadores é outro campeonato, abriga o São Paulo e o Boca. Estes sabem os reais motivos das derrotas e das vitórias.
O Grêmio não lutou pelo título na última rodada. O Grêmio perdeu antes do último e decisivo domingo, caiu usando escalações que somavam André Luis e Marcel, Paulo Sérgio e Perea, Hélder e Orteman. Os dois jogadores contratados como esperança na janela do meio do ano, Orteman e Morales, nem no banco estavam.Tivesse uma dupla de atacantes qualificada, creia, o Grêmio teria saído campeão.
O São Paulo foi o melhor no momento certo da competição. Cresceu e passou por cima de todos. A vitória em Brasília foi natural.
A arbitragem sempre esteve ao lado dos paulistas nos momentos mais decisivos. Errou, quando errou, errou favoravelmente aos paulistas. O título é do São Paulo com justiça. Não há como negar.
A CBF afastou Wagner Tardelli de Goiás e São Paulo, sábado, depois de receber informações que o jogo poderia estar sendo manipulado e colocou todo o campeonato sob suspeita. Trocou o juiz. Saiu Tardelli e entrou outro.
Os bandeirinhas ficaram, estranhamente. Pois não é que o São Paulo vence de 1 a 0 com um gol em impedimento (Borges), que o bandeirinha Alessandro Rocha Matos não assinalou.
Coincidência pura? Pode ser.
E olha que eu não acredito em bruxas, mas sei que elas sabem voar.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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