A CBF está com a bola. Detectou alguém tentando manipular o resultado de Goiás e São Paulo. Precisa agora buscar os responsáveis e punir os envolvidos com a urgência de um time que está perdendo e tem poucos minutos para reverter po escore. Descobrir o nome do culpado e gritar bem alto nome e sobrenome.
Aliás, se a CBF sabe, já poderia ter revelado o nome dos bandidos. Pelo menos informar qual a cor dos subornadores, se é que eles estavam atuando em nome de algum clube. O São Paulo seria prejudicado ou ajudado se o juiz aceitasse um envelope recheado com dinheiro? Sem o esclarecimento, as suspeitas aumentam.
O futebol brasileiro está sob suspeita outra vez, apenas três anos depois que o árbitro Edilson Pereira de Carvalho confessou apitar em nome dos que lhe pagavam por fora. Ele recebia entre R$ 10 e R$ 15 mil por jogo arranjado. Edílson está solto. Vendo os jogos pela tevê, rindo, talvez.
Antes de qualquer movimento, a CBF deveria parar o campeonato, adiar a última e definitiva rodada e tentar esclarecer a denúncia. Uma semana pode ajudar a clarear as dúvidas. Mas eu não confio na CBF. Você, não sei...
O Brasileirão saiu da grama pura e entrou nos imprevisíveis corredores das delegacias depois que o árbitro carioca Wagner Tardelli foi afastado sábado ao meio-dia da decisão no Planalto Central. O Ministério Público recebeu a informação que o jogo poderia estar sendo comprado. Não foram revelados nomes dos envolvidos na negociata.
(O nebuloso caso Tardelli envolve até a possível remessa ao árbitro de ingressos VIP para o show de Madonna, no Morumbi. O juiz estaria na lista de convidados especias do SãoPaulo. Tudo seria risível não fosse trágico. Toda história lembra serviço de amador, com envelope de dinheiro em hotel e tíquetes de um show de rock)
Ao sempre ligado repórter Luis Henrique Benfica, Wagner Tardelli falou na Rádio Gaúcho, às 18h30min deste sábado, que foi sacado da partida, mas não teve contato algum com os possíveis subornadores. Disse que a decisão de afastá-lo foi da CBF, a mesma que o alertou do suborno. Ele disse que não sabia de nada, não recebeu ligações telefônicas, nem visitas suspeitas.
Um novo sorteio no Rio, sábado mesmo, escolheu o desconhecido baiano Jaílson Macedo Freitas, que nem credencial da Fifa tem. Nunca uma decisão de um campeonato tão importante recebeu um árbitro tão inexperiente.
Mais cedo escrevi, basta ler no blog anterior, que o dinheiro que faz o jogador acelerar é o mesmo que o faz amaciar, pois a mala sempre tem origem desconhecida, ninguém assume ser a fonte dos pilas. Mala branca, mala preta, não consigo ver diferença entre as duas apesar das cores trocadas.
Desta vez o jogador, centro das atenções, está de fora, aparentemente. O alvo era o árbitro da partida (Wagner Tardelli) que poderia definir o campeão brasileiro da temporada. Mas lembre-se. Há outras decisões importantes na parte de baixo da tabela.
Nós sabemos que o Brasil é um país podre, que apodrece aos poucos com a corrupção e a violência. Enquanto a Justiça não voltar ao seu papel, de punir os culpados, de exibir exemplos para a sociedade, a corrupção vai continuar galopando solta no nosso dia-a-dia. Seja na política, nos governos, nos bastidores do futebol.
Você lembra do povinho sem vergonha do Detran, entre outros? Eu lembro. Estão soltos, livres. Todos.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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