O Grêmio é azul, preto e branco. Mas por baixo da camisa tricolor veste verde vivo. Pelo menos domingo, no mínimo durante 90 nervosos minutos. Até que a noite desça sobre o Olímpico exibindo o Tri ou o vice, dois caminhos certos e vivos para a Copa Libertadores da América.
Quem entrou na competição com fama de candidato ao rebaixamento, a Libertadores é uma conquista. Só que a liderança, posto que ocupou por várias rodadas, abriu novo apetite, liberou novas sensações ao Grêmio. A Libertadores, assim, é bom, mas não é tudo. Tudo é a faixa de campeão que estava ao alcance do braço direito, mas fugiu. Parece mais visível agora no peito de Muricy e dos seus.
O Grêmio canta desde o final de semana passada um novo e desconhecido hino (...) "Eu sou Goiás, eu sou Goiás, e vou gritar. Até o peito doer" (...). Nunca um adversário significou tanto em tão pouco tempo.
O Grêmio espera um milagre no Planalto Central. Imagina que o Goiás possa vencer o líder São Paulo, que não perde desde o dia 17 de agosto, quando caiu na Azenha, em Porto Alegre (1 a 0). O Grêmio não pode, por outro lado, esquecer de superar o Atlético MG. Não há três caminhos, só dois, vitória do Grêmio, vitória do Goiás.
A história entre Goiás e São Paulo, em jogos pela Série A do campeonato nacional, é totalmente favorável aos paulistas. Deixa os gremistas com os dois pés atrás. Incrédulos.
Em 28 jogos, os são-paulinos venceram 10, perderam 5, empataram 13. O maior título do Goiás, fundado por um italiano que gostava do Palmeiras e usa o periquito como símbolo, foi o campeonato da Série B, em 1999.
O polivalente Paulo Baier, 34 anos, ofereceu a vitória ao pai, que é fã gremista. Não sei se o gaúcho de 1m84cm de altura de Ijuí é base para esperar algum esforço extra do Goiás. Mas você sabe, pai se agrada, ninguém contraria.
Engraçado é que no final de 2005, quando o Goiás enfrentou o Corinthians (81 pontos) da MSI, o Inter era segundo (78), o mesmo Baier disse:
- Quero ganhar e ajudar o Inter. Minha família torce por mim e pelo Inter.
Ele realmente ajudou a parte vermelha do seu sangue, seu time fez 3 a 2, com um gol seu, mas o Inter não se ajudou e perdeu em Curitiba. A última rodada do Brasileirão de 2005 serve de exemplo para o Grêmio. Antes de contar com o Goiás é bom saber se ele mesmo pode superar o Galo mineiro. Paulo Baier prometeu, mas, antes de cobrar a promessa dos outros, é bom cumprir as próprias.
Quem tem coração azul, atenção. O domingo da bola não permite cardíacos no Olímpico, na frente da tevê, ao alcance do rádio. .
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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