O Grêmio e suas legiões acreditam em milagres de final de ano. Ergue as mãos, olha fixo o firmamento e pede. Os deuses dos estádios olham de cima para baixo de vez em quando. Costumam atender pedidos, mas não seguem a lógica, nem avisam quando jogam o presente dos céus, muito menos seguem as ordens de um mesmo time. É sempre um mistério.
O milagre no futebol sempre permite visitar com sucesso o gol adversário aos 92 minutos, ajudar o goleiro a defender dois pênaltis em 45 minutos, desmanchar ou conceder goleadas históricas, segurar magérrimos 1 a 0, enganar os árbitros com falsos impedimentos, turbinar o grito das torcidas com energia de um bólido de F-1.
Os deuses dos estádios fazem tudo com todos que usam chuteiras, com ou sem grife, uma vez na vida e em todos os milhares de estádios do Planeta.
É atrás deste milagre que o Grêmio anima sua última semana de 2008, já com os dois pés na Copa Libertadores da América, prêmio correto ao time que liderou o Brasileirão por um bom tempo e de maneira confortável.
Sem a ajuda dos tambores de couro, das rezas fervorosas e das encruzilhadas escuras, ou o que mais estiver ao alcance do fã que tem fé, é quase impossível imaginar o São Paulo perder um jogo decisivo para o irregular e inconfiável Goiás. O São Paulo é o mais experiente da competição, o melhor preparado e o grande favorito.
Óbvio que o seu empate com o Flu em dia de título mais do que certo, chope gelado e foguetes ligados, foi um resultado comum. O encontro é um clássico. Os dois podem vencer em qualquer lugar, na casa de um ou do outro.
Não se pode dizer o mesmo de Goiás e São Paulo. Os dois times não se medem porque o São Paulo é astronomicamente superior. Basta olhar os armários de títulos dos dois, tamanho da torcida, largura do bolso, capacidade de investimento.
Um vitória do Goiás é mesmo um impensável presente de outro mundo. Ainda mais quando acontece na última rodada do campeonato sobre o regular líder da competição, três pontos distantes do título.
Claro, o Goiás veio ao Olímpico meses atrás e roubou três pontos do Grêmio. Mas a realidade da época da derrota era outra, completamente diferente da nossa realidade. Eu não creio no potencial do Goiás, respeito a lógica, mas acredito nos milagres do futebol. Já os observei chutando bolas de futebol em diferentes gramados mundias.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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