Técnico do Estudiantes, Leonardo Astrada tem um time inferior ao adversário gaúcho, mas conta com a torcida e a extrema vontade de vitória dos jogadores argentinosFoto: Daniel Luna, AP |
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La Plata, 50 quilômetros ao sul da cidade de Buenos Aires, é a casa sagrada do Estudiantes. O estádio é novo, municipal. O antigo, onde o Grêmio suou sangue na Libertadores de 1983, é um monumento do passado. Igreja de reverência, lugar onde o mítico treinador Osvaldo Zubeldía saiu tricampeão da Libertadores entre 1968 e 1970 com o seu time vermelho de coragem.
O Estudiantes é o que é muito pelo seu passado. O presente não reflete o histórico time da década de 70. Pelo contrário. É muito mais frágil. É mais sonho do que bola no chão.
Quando o Inter é apontado como favorito um pingo de gente se levanta e diz que não, não mesmo. Os argentinos da mídia, em sua maioria, confiam no Inter porque conhecem seus jogadores e já os assistiram contra o Boca. Ninguém vence o Boca duas vezes em seqüência, uma delas na Bombonera, e passa batido pelos olhos dos vizinhos, especialmente se for estrangeiro.
Ok, o Estudiantes venceu em sua casa Independiente, Arsenal, Botafogo e Argentinos Juniors pela Copa Sul-Americana. Seus fãs estão rindo sozinhos, mas sabem que a tarefa contra o Colorado é mais dura.
Andujar; Angeleri, Alayes, Desábato e Díaz; Galván, Sánchez, Verón e Benítez; Salgueiro e Boselli são os eleitos de Leonardo Astrada. Dos 11, o mais luminoso é Verón. Um homem de meio-campo que dá gosto ver jogar.
Ele se move em todas as posições do setor, sabe lançar, chuta com precisão, bate faltas como um mestre. É um dos melhores jogadores da Argentina. Andujar é bom goleiro. O cabeludo Angeleri é um dos jogadores que Maradona quer ter na sua nova seleção. E é só, e não muito mais.
Em casa, o Estudiantes tem a força da torcida e o sangue argentino, sempre derramado por uma boa causa, a vitória na partida. O Estudiantes está entre os cinco melhores times do seu país. O Inter da Sul-Americana deixou a irregularidade de lado, jogou no Guaíba, fez boas partidas e sabe que pode ganhar em La Plata. Sabe mais, que é favorito e que tem melhor time, organizado em volta de Alex, Nilmar, D'Alessandro e Guiñazu.
Descobrir resultado é função de pitonisa e de quem toca tambor em encruzilhada. Mas quem acompanha futebol e viu Estudiantes e Inter sabe que os gaúchos pode vencer mesmo na Argentina, independentemente do fator local. Antes do futebol, o Inter vai precisar de coragem. Ninguém cala os argentinos dentro de casa sem exibir o volume das suas chuteiras. E depois, o Estudiantes está 43 partidas invictas em la Plata, segundo a Agência DPA.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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