O Grêmio está nas santas mãos de Renato Portaluppi, o Jesus Cristo azul nascido nas montanhas de Bento Gonçalves. Ele é a salvação tricolor. Só ele pode apagar os pecados de Celso Roth e os seus, que estavam 11 inimagináveis pontos distantes do agora líder isolado São Paulo. Hoje, perdem por dois.
Vinte cinco anos depois da Libertadores da América e do Mundial, Renato pode entregar, no mínimo facilitar, outro título ao Grêmio vencendo o São Paulo com o seu medíocre Vasco - claro, se o Grêmio se ajudar. Quem acredita em futebol crê em milagre. Com reza, batuque ou só na bola, uma partida de futebol é sempre um mistério a ser decifrado. Ninguém vence na véspera, mas pode perder.
Os gremistas começaram a pensar no Vasco a cada dois segundos depois da vitória em Porto Alegre. O Coritiba, do bom Marlos, perdeu por 2 a 1, correu muito e não foi o time desmembrado que se esperava. Muito pelo contrário. A vitória foi justa, epidérmica, com Réver aparecendo como o melhor em campo, superando Tcheco, autor do primeiro gol. Se aprender a passar melhor, Réver será um grande zagueiro, um defensor acima da média.
Exatas 43.057 pessoas fizeram o Olímpico balançar antes, durante e depois dos gols. A torcida jogou junto. Vestiu a camisa,entrou em campo.Uma grande bandeira azul com o rosto de Renato Portaluppi, desenhado com tinta preta, balançava na marquise do estádio sob o vento do começo da noite e parecia olhar cada jogada do seu ex-time. Bandeira que pode se tranformar em estátua se tudo correr como no melhor sonho gremista.
O Grêmio correu como sempre, marcou como de costume, fez o máximo, mas não jogou bem. Seus defeitos são os de sempre. A defesa fazendo ligação direta com o ataque, a ausência de jogada pelas extremas, lançamento longo sem sentido, a falta de qualidade dos atacantes, a ausência de toque de bola. A marcação é o grande aliado do time. a sua principal força.
Ok, o Grêmio venceu, é o que importa, é vice líder, pode alcançar o título matematicamente, mas os defeitos ficaram e são visíveis. Falhas que precisam ser corrigidas na Bahia. Em Salvador, o Vitória deve correr mais que o Coritiba, vitaminado pela vontade de Vagner Mancini. Seu troféu é a derrota gremista.
Na rodada em que dois times que miravam o título, Cruzeiro e Palmeiras, levaram 10 gols, vencer de 3 a 1, como o líder São Paulo ou de 2 a 1 como o vice Grêmio, são grandes resultados. O bom jogo é só detalhe, o que interessa é o bom resultado.
O Vitória é o próximo alvo. O Vasco, o salva-vidas. Antes de esperar uma improvável ajuda, o Grêmio precisa levantar os três pontos numa das mais fantásticas capitais do país, paraíso das morenas. Nunca foi fácil vencer na Bahia. Não será agora. Fácil é passar 30 dias de férias entre a Barra e o Rio Vermelho com o Carnaval bem no meio delas.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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