Dois dias inteiros de folga inundaram meu rápido final de semana. Consegui desligar, trancar parcialmente os neurônios e viajar. Não vi tevê, não ouvi rádio, entrei em dois bons e recomendados livros (O Seqüestro dos Uruguaios e Criança 44), um depois do outro e fiquei. O laptop ajudou e deu pau. Fez fumaça.
Fique sabendo dos resultados da rodada porque um vizinho de Ibiraquera bateu na minha porta perto das 20h de domingo em busca de dois dedos de prosa e de uma Pilsen. Foi ele que trouxe ao meu ouvido a surpreendente vitória tricolor, os folgados 4 a 0 colorados. Sem detalhes, só os resultados brutos.
Os jornais com o café da manhã, a internet da segunda xícara, saciaram minha sede de informação. Os colegas da Redação de Zero Hora foram unânimes em dizer que o Grêmio jogou uma das suas boas partidas do ano, a melhor do segundo turno. Só não entenderam o mau humor (crônico) do técnico depois da partida.
Com sete reservas foi aquele mesmo time vibrante e decisivo do primeiro turno. Liquidou o Palmeiras, sem Diego Souza e Kleber, numa partida de final eletrizante. Subiu na tabela, é segundo, dois pontos atrás do São Paulo, que voa em busca do título de braços dados com todos os deuses do estádio. A sorte (e a competência) que falta aos outros 19 clubes está ao lado dos paulistas. Nada os perturba.
A justa vitória gremista surpreendeu quem gosta e quem acompanha futebol. De Roth ao presidente Odone, do torcedor do radinho ou palmeirense uniformizado do Palestra Itália, passando por Luxemburgo e Muricy. Não que o Grêmio não possa vencer o Palmeira em casa ou em terras paulistanas. Pode. É clássico. O contrário também vale.
O que espantou foi a vitória do desacreditado Grêmio da semana passada e ainda forrado de reservas. O que afugentou a lógica foi o futebol inteligente e destemido do vitorioso.
A vitória é bom sinal. Fortalece Roth e o seus nas últimas quatro rodadas, 12 imprevisíveis pontos. Chega depois de uma seqüência de resultados ruins, catastróficos. O que não se sabe ainda é se os três pontos anunciam algo melhor e maior ou se tudo não passou de um sonho de uma tarde de primavera em terra estranha. O Coritiba, adversário do começo da noite de domingo, pode servir para afirmar ou desmentir a partida anterior.
A vitória, por outro lado, chegou tarde demais para quem deseja disputar o título. Poderia ter chegada na mesma São Paulo contra a decadente Lusa. Um empate com o Cruzeiro em Minas valeria ouro puro. Os três pontos que ofereceriam ao Grêmio a condição de líder. Mas eles não existem.
O negócio é brigar pelo outros 12 pontos disponíveis, tentar descobrir onde o caminho vai dar e se ainda existem realmente atalhos confiáveis para os melhores sonhos azuis.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
Leia os termos e condições deste blog
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.