O Figueirense correu por dois, marcou até a sombra do adversário, roubou um precioso ponto no Olímpico (1 a 1), tirou o Grêmio da liderança e trancou Celso Roth e companhia num terceiro e pantanoso lugar. A sensação geral é uma só: o Grêmio está fora da luta pelo título.
Não há mais reserva de pontos, de forças, de qualidade. Não há time capaz de uma reversão, ainda mais que o adversário é o Palmeiras, em São Paulo, e o Grêmio deve perder meia dúzia de titulares no jogo de domingo que vem. Será uma viagem sem retorno.
A vaga na Copa Libertadores é uma ameaça viva, um medo que corre acelerado e sem freio na machucada espinha tricolor. Após 33 rodadas, o São Paulo é o líder e o favorito ao título. O Grêmio fracassou onde ganhava sempre, em Porto Alegre. Perdeu a liderança seis partidas antes do final. Desabou quando deveria crescer, ao contrário do líder São Paulo, que fez 3 a 0 no Inter ao natural, e do vice Palmeiras, que ganhou (2 a 1) o clássico com o Santos fora de casa
O Olímpico vaiou os seus jogadores depois de muito tempo, menos pelo esforço, mais pela falta de qualidade, pelo resultado frustrante. Mas as vaias estavam dirigidas especialmente ao técnico Celso Roth. O técnico se repete. Volta a sua média em campeonatos nacionais. Aranca bem e cai, cai como um peso na água do mar. Afunda direto.
O empate escancarou a falta de qualidade do time gremista, os erros de escalação, a falta de convicção do treinador, a ausência de uma estratégia para vencer em casa um dos piores times da competição. O Figueirense veio para não jogar, para marcar, para perder de pouco. Encontrou um adversário disposto a correr muito, mas isento de neurônios. Correu, correu e correu. Jogou acima dos 100 quilômetros horários. Jamais pensou, se organizou, tocou a bola e atacou com racionalidade. Se portou com um time sem comando, errou passes, insistiu em jogadas sem lógica, na bola aérea, no chutão. Fez tudo o que um líder não pode fazer.
A vontade superou tudo, menos o mau futebol. A pressa gerou a afobação. O Grêmio teve longos 83 minutos para tentar virar o jogo, depois do primeiro gol ao sete, obra de Marquinhos. Reinaldo empatou aos 47 minutos.
O Grêmio repetiu quase todos os erros que cometeu em Minas Gerais, na derrota de 3 a 0 para o Cruzeiro. Sofreu até um gol no começo do jogo. O Grêmio caiu mais por ele mesmo, menos pelos adversários.
A queda foi mínima, duas posições em 90 minutos. O Palmeiras pode arrancar a vaga da Libertadores do horizonte próximo do Grêmio. Os perigos do final de 2008 estão apenas começando.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
Leia os termos e condições deste blog
Dúvidas Frequentes | Fale conosco | Anuncie - © 2009 RBS Internet e Inovação - Todos os direitos reservados.