Nunca vi nada parecido em campeonato algum do mundo mais civilizado, mesmo os que falam inglês, espanhol, italiano, argentino ou alemão. O ineditismo me espantou, talvez intrigue você. Líder do Brasileirão, seis rodadas antes do final da competição, 18 pontos, o Grêmio não sabe mais qual é o seu time titular, desconhece o sistema tático ideal, não sabe como ganhar distante do Estádio Olímpico. É inacreditável. É único.
O Grêmio, que já esteve 12 pontos a frente do vice-líder São Paulo, vive do oxigênio que bomba em casa. Agora sabe que o ar de Porto Alegre não garante respiração fácil em outras cidades brasileiras. Quando sai, perde o fôlego, respira mal, perde.
O sistema passou do vigoroso e vitorioso 3-5-2, entrou no desastrosos 3-5-1-1, naufragou no 4-4-2 e pode ir adiante na onda do improviso. As invenções do professor Pardal Celso Roth em momentos decisivos chamam o desastre. O esquema do próximo domingo, dia de Figuirense na Capital, é um mistério. Ninguém sabe qual a próxima ação de Celso Roth. Volta ao sistema que fez do seu time o líder justo ou se aventura mais uma vez em esquemas exóticos.
O treinador deve fechar os portões do estádio nos próximos dias e treinar escondido dos repórteres. Ele tem todo o direito. Acho importante trabalhar longe das câmeras, ensaiar jogadas, tentar surpreender o adversário. Ao mesmo tempo, posso dizer que, pelos resultados recentes, os treinos do Tricolor têm sido inúteis e imprecisos. O bom esquema tático sumiu, as jogadas ensaiadas desapareceram e as que aparecem timidamente são absolutamente previsíveis.
Os treinos não estão dando certo? Quem pode explicar?
Sem esquema anunciado, definido, Roth não consegue soletrar o nome dos 11 titulares. Dois ou três zagueiros? Quem é o titular da lateral esquerda? Douglas volta ao banco? Souza joga na lateral ou no meio? Perea e Reinaldo são os atacantes titulares? Se jogar apenas um atacante, Reinaldo é o cara? Ou é Morales? Ou ainda o desaparecido Marcel?
O certo é que a dupla de volantes que fez (olha o tempo do verbo) a diferença num passado recente, Carioca e Magrão, estão fora do jogo com o Figueira. Suspensos, Roth chama Amaral e Makelele. Deixa Adilson, que joga mais do que dois somados, de fora. Faz do meio-campo um lugar comum, árido, isento de talento, pronto para o choque. Vai marcar, não vai criar.
Você quer uma sugestão de time ofensivo, já que a vitória é o norte, para domingo? Anote:
Víctor
Léo, Thiego e Réver
Matione, Adilson, Tcheco, Souza e Makelelê
Douglas e Reinado
Você tem outra idéia? Mande.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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