É preciso remar com os dois braços, escolher uma veloz onda do passado para encontrar a última vitória do Grêmio no Mineirão, com seus imensos 110 metros de comprimento por 75 metros de largura, em jogos com o Cruzeiro. A mais recente foi em 1998, 2 a 0, em 1998. Há 10 anos que os três pontos não nascem na grama alta e vistosa do estádio inaugurado em 1965.
Belo Horizonte é terra inóspita, não recebe bem o tricolor. Tem um leão solto, correndo escondido em pele de raposa. É preciso atenção, cuidados dobrados.
O Cruzeiro sobra em confrontos com o rival gaúcho de mais de meio século. Em 47 jogos oficiais ou não nos dois Estados, venceu 23, contra 11 vitórias do Grêmio, mais 13 empates (se alguém tem outros números que me ajude)
O Grêmio não embarcaria desacorçoado no Boeing, não voltaria triste aos Pampas, quinta-feira de manhã, se retornasse com um 0 a 0, ou algo parecido, como bagagem selada em Belo Horizonte. Ainda mais se o São Paulo, atual vice-líder, empacar no Rio, se o Botafogo, sexto colocado, crescer no Engenhão no confronto entre os dois.
Há 11 jogos consecutivos que os paulistas não perdem em casa ou distante da sua capital. Só para lembrar: foram 16 partidas na gloriosa campanha do título em 2007. O time de Muricy é candidato forte e com adversários inferiores na tabela, se comparado aos do Grêmio.
O jejum de 10 anos do Grêmio com o Cruzeiro no estádio de 70 mil lugares é preocupante e ameaçador. A vitória gremista é possível, eu imagino. Se trata de um clássico nacional e um resultado significativo pode abrir um novo e fantástico rumo no campeonato ao tricolor, pode, por outro lado, torpedear as esperanças de título do adversário mineiro.
Na quarta-feira, o Mineirão vai balançar, balançar e tremer e tremer. No Rio Grande do Sul, o Estado inteiro estará grudado na tela da tevê, dois ouvidos no rádio. Não será uma noite qualquer. Pode ser o começo de algo maior, uma luz azul quase impossível meses atrás. Será um dos jogos de 2008.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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