O Grêmio encontrou longe dos seus 11 um sábado perfeito na frente da televisão, dia/noite dignos de um brinde, uma seqüência incansável de sorrisos. Nem precisou sujar as chuteiras na grama molhada. Recebeu seis pontos de brinde, três a cada 90 minutos no Rio e no Paraná. Deixou que outros dois simples coadjuvantes do Brasileirão, habitantes da parte de baixo da tabela, fizessem o serviço mais pesado e segurassem um pouco mais outros dois lideres em potencial.
O Fluminese submergiu o Palmeiras (3 a 0), que deixou o G-4 após a sua terceira partida sem vitória, numa tarde de sol glorioso no Maracanã do Rio, em que quase todos os caminhos levavam ao mar de primavera. O Flu dominou o jogo inteiro, venceu com absoluta tranqüilidade e merecimento.
Mais ao Sul, o Atlético PR detonou o Cruzeiro (1 a 0), jogando com 10 a maior parte do tempo, na nublada e úmida Curitiba. O gremista ganhou tudo o que pediu aos céus nas suas fervorosas orações vespertinas.
Três pontos separam o líder Grêmio (59) do vice São Paulo (56), quatro do Cruzeiro (55), terceiro, adversário do tricolor gaúcho na noite de quarta-feira próxima. A vantagem gremista sobre os paulistas, por outro lado, é de 17 vitórias contra 15. O Cruzeiro também tem as mesmas 17 vitórias.
O Mineirão vai sacudir e tremer, sete jogos antes do final do campeonato. É a primeira das duas decisões que o Grêmio enfrenta em três jogos seguidos, um deles com o Palmeiras no Palestra Itália.
Empate em Belo Horizonte não é mais um resultado pavoroso. Pelo contrário. É até aceitável pelas condições do encontro. Ainda mantém o Grêmio na frente com um ponto a mais, mesmo que o São Paulo supere o Botafogo no Estádio João Havelange.
MIneirão, mesmo estádio que as vezes é dominado pela fanática torcida do alquebrado Atlético MG, que arrancou um empate (2 a 2) com o irregular Inter dos últimos meses, é um campo grande, de grama alta e desgastante. O preparo físico conta, marca gol. O primeiro tempo colorado foi inacreditavelmente ruim. No segundo melhorou, virou o jogo, mas cedeu o empate.
Longe do Beira-Rio, o Inter é outro time, mais travado. menos ambicioso e insistindo com jogadores como Ângelo, Andrezinho e Adriano que teimam em não dar certo. Tite não acha a fórmula ideal. não encontra substitutos, mesmo que as categorias de base do clube sejam exemplo nacional.
O que falta? Olho do treinador na base? Vontade? Decisão da diretoria?. Insistir com Adriano e deixar Walter em algum canto da reserva é um legítimo, um puro absurdo.
Alex foi o melhor outra vez, com um gol e um passe para o outro (Sandro). Tison esteve perto.O que se viu foi um Galo de esporas curtas, incapaz de ferir.
O Inter, sem alguns titulares, só não venceu porque sua irregularidade esteve outra vez plantado em todos os setores do campo. O Inter não engrena, não sobe, não se mantém em alto nível, não bota as mãos no G-4, agora oito pontos atrás do Flamengo, o quarto (e último) da Libertadores.
O Inter jogou no Mineirão, mas sua cabeça estava em La Bombonera. Os pés em solo mineiro, a cabeça em terra portenha.
O Brasileirão, seus últimos definitivos 21 pontos, é agora apenas uma plataforma de lançamento, de treino, para a Copa Sul-Americana. O Inter tira os olhos do pais, mira o continente. Chora a Libertadores, o sonhado Bi do Centenário é sonho impossível. Pensa numa outra copa. O final do ano passa por um título inédito ou por uma temporada quase perdida. Não há uma terceira saída.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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