O Grêmio sofreu 90 minutos por uma vida inteira em apenas uma noite. Correu até o último décimo de segundo, lutou, brigou e ganhou. Venceu o Sport por um magérrio 1 a 0, fez o máximo no interior de um futebol mínimo para somar três pontos e continuar agarrado no timão da liderança, com 59 pontos.
O barco tricolor navega, mas as ondas crescem a cada rodada, ganham altura e impacto. Ninguém pode dizer se o casco resiste por muito mais tempo.
A 31ª rodada se foi. Restam sete trepidantes rodadas, 21 imagináveis pontos e o campeonato está aberto. O Grêmio está só na liderança, mas é um time aperreado. Flamengo e São Paulo, que segundo a Agência Estado teria oferecido um suporte financeiro para o Sport correr um pouco mais que o normal e vencer o jogo, fizeram seus trabalhos. Ganharam. Palmeiras e Cruzeiro, o próximo adversário dos gaúchos, ainda precisam jogar.
A vitória foi um bálsamo. O futebol, um sofrimento. Nem o gol (Reinaldo) isolado e comemorado como três, nascido antes dos dois minutos de jogo, deu impulso ao Grêmio.
A bola não rolava, quebrava nas chuteiras, os passes não rendiam, o meio-campo não conseguia tocar a bola, o ataque se atrapalhava, a defesa segurava todas, anulando todos os ataques do Sport. Tudo era muito difícil. O Grêmio foi melhor, mereceu a vitória, teve mais chances de gol, mas é preciso muito mais para manter a liderança nas próximas semanas.
O bom futebol gremista sumiu. Onde está? Nem Celso Roth sabe, nem você, muito menos eu. A vitória era o único pedido da noite. Ela veio. Mas quem busca o amanhã foi dormir com um rosário de dúvidas. Nem a mudança de esquema, sem lateral esquerdo, ajudou. Ficou pior, sem jogadas ofensivas pelo lado esquerdo, o ataque isolado, o meio-campo desorganizado. A defesa, por outro lado, gostou. Ficou mais protegida. Mas time de futebol não é só uma zaga superprotegida. É uma sanfona, onde todos ajudam todos, quem joga menos corre mais e as individualidades, se o conjunto é bom, brilham.
O Grêmio da noite do 20 de outubro de 2008 venceu, mas sentiu falta do conjunto e das suas melhores individualidades.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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