Duas bombas noturnas de Alex desnortearam o Boca no Beira-Rio e ofereceram ao Inter a tranqüilidade para jogar em La BomboneraFoto: Nabor Goulart, AP |
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Um é bom, dois é muito melhor, especialmente se o 2 a 0 encontrou o lendário Boca do outro lado do gramado. Pouco importa se o Boca do Beira-Rio foi um adversário recheado de jovens e reservas. Azar de quem resolveu deixar os titulares, Riquelme e cia., em Buenos Aires.
Os argentinos terão de jogar dobrado na sua casa (6 de novembro), minar a rica poupança do Inter, fazer três gols de diferença. Mesmo em La Bombonera, construir 3 a 0, ou placar semelhante, é trabalho de gigante. É tarefa que não se vê em todas as quintas-feiras de futebol
O Inter deve a vitória, o sorriso escancarado, a festa, as cervejas triplicadas, ao soberbo pé canhoto de Alex, o melhor jogador do futebol gaúcho, destaque brasileiro, atleta de Seleção. Em duas jogadas pessoais, em dois tiros mágicos de fora da grande área, ele resolveu o jogo, estufou as redes. A diferença de Alex está no seu chute, que não mede distância, acerta sempre com freqüência.
Alex é o nome próprio do Inter, que depende ainda de outros dois coadjuvantes, Nilmar e D’Alessandro. O futebol de Alex é tão superior, que a dupla se contenta em jogar ao seu lado. O Inter depende demais destes três jogadores. Quando os três estão bem, cuidado, o Inter dificilmente é sufocado.
O 2 a 0 nasceu naturalmente pela qualidade individual superior do time gaúcho. O segundo gol nasceu depois que o Boca se movimentava com 10. Noir foi expulso. O Boca desembarcou com a idéia fixa de se manter na defesa, perder de pouco, empatar talvez, ganhar num milagre. Faltou-lhe qualidade. Aptidão ofensiva. O Inter foi sempre superior.
O Inter só não fez mais porque o técnico Tite foi conservador demais na orgfanização do seus 11. Trocou um volante por outro no meio do jogo, optou por Daniel Carvalho depois dos 40 minutos do segundo tempo. Fosse mais ousado, Tite poderia ter garantido a classificação na própria quarta-feira. Preferiu deixar para depois, correr novos riscos, porém mínimos desta vez.
Vai ser difícil o Inter perder o controle barco da Copa Sul-Americana. O time é experiente e terá a volta de Guiñazu. Pode até mirar o título inédito, faltam apenas cinco jogos, um pouco mais de 450 minutos. Sonhar com o melhor futuro não faz mal para ninguém, especialmente depois de vencer o Boca, time que os argentinos classificam como os Estados Unidos do futebol, fazer 2 a 0 e viajar com um ótimo saldo no bolso.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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