Celso Roth está no canto do grande ringue. Levou um direto do queixo em São Paulo, tonteou, balançou, não caiu. Meio Rio Grande espera a sua reação, que precisa ser imediata. Se é que ele ainda tem força nos punhos. Roth está sonado, sabe e nós vemos. A Polícia Federal minou a tranqüilidade do treinador. A decisão certa está embaralha seu cérebro confuso. A Lusa fez estragos.
Nas cordas, na frente das câmeras da tevê, o técnico ainda não sabe qual a estratégia da recuperação, qual o melhor caminho. Se levanta, ergue o punho e adota a tática do 3-5-2, a que tanto sucesso fez na temporada e que o levou a liderança, com Douglas Costa no banco e Tcheco escalado outra vez entre os seus 11 preferidos. Ou muda radicalmente sua idéia tática, transformando o 3-5-2 no clássico 4-4-2. Saca um zagueiro, possivelmente o bom Pereira, mantém a promessa Douglas e acrescenta o organizador Tcheco.
A decisão de Roth é crucial. Ele não pode falhar, errar o golpe no Sport, que joga no Olímpico com pés e cabeça na Copa Libertadores, lugar garantido com o título da Copa do Brasil.
Se mudar o esquema e o Grêmio perder, Roth vai ser cravado pelas críticas. Se não trocar e perder, recebe o mesmo golpe. Só a vitória levanta Roth nos dois casos.
Oito rodadas antes do final, 24 pontos no ar, Roth precisa da vitória e de mais nada no momento, seja no esquema que for. Eu manteria o 3-5-2, mas sem Soares, talvez com Douglas Costa mais encostado em Morales, ao menos para começar e tentar captar o real poder dos pernambucanos em campo.
Independentemente do desenho tático, o Grêmio precisa ser mais Grêmio na noite do Olímpico. Vestir a farda da coragem, usar a chuteira da determinação. O time foi medroso, como o técnico, na capital paulista. Estava conformado com o 0 a 0. Levou um gol e não soube mais o que fazer, muito menos atacar.
O Grêmio é dono de um time muito jovem, com vários jogadores disputando o Brasileirão pela primeira vez. Durante os jogos, especialmente os disputados fora da Capital, falta uma voz de comando, uma liderança verdadeira, um grito de disposição.
Roth ainda não acordou para a vida real, não sabe que Brasileirão se ganha fora de casa. Apenas os pontos faturados em seu estádio não bastam. O título ainda é possível, mas a confiança no título está cada vez mais embaçada.
A vitória sobre o o sempre difícil Sport e o seu destemido Carlinhos Bala pode informar se o Grêmio continua na briga com a mesma vontade de semanas atrás. Ou se já entregou os pontos e poucos sabem. A bola está no centro do campo.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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