Duda Kroeff é um gremista de verdade. O que é muito, o que é pouco para assumir a presidência do Grêmio. Duda saiu de pai excepcionalmente gremista, o patrono Fernando Kroeff. Duda começou a engatinhar nos corredores do Estádio Olímpico.
O Grêmio o escolheu antes do menino se definir pelo Grêmio. Ele é exemplo da tradição tricolor. O pai adubando o filho, ensinando o caminho azul da vida.
Com a morte de Fernando Kroeff, a vaga de patrono se abriu e se fechou ao mesmo tempo. O pai de Duda completou um ciclo, encerrado nos 100 anos do clube. Os patronos não existem mais. Fica a lembrança, a história, a lenda.
No centenário, um clube sempre recomeça, procura novo horizonte. É quase uma obrigação. Foi justamente na gestão dos 100 anos que Duda Kroeff emprestou sua mais recente colaboração ao Grêmio. Ela foi mal (e quem foi bem?), não sozinho, porque fazia parte de um atrapalhado grupo que viu o Grêmio esfarelar-se, desabar no precipício da Segunda Divisão.
Quase quatro anos depois do debacle, Duda Kroeff, agora numa inesperada presidência, deve receber um Grêmio talvez campeão, provavelmente na Taça Libertadores da América e justamente de Paulo Odone, que perdeu a eleição depois de ajudar a refazer o clube com seus companheiros de trabalho. Pouco sei dos planos do novo presidente porque no material de campanha que li, nas entrevistas que ouvi, no Conversas Cruzadas que vi, não absorvi nada de espetacular, nada de profundo. Nada mais do que se ouve todos os dias em conversas com gente envolvida em futebol.
Kroeff está seguro, assegurado, por alguns dirigentes históricos do clube, experientes e campeões. Kroeff começa no final do ano a gestão da sua vida. Retoma os passos do pai, também um ex-presidente. Todos sabem da sua paixão pelo azul, preto e branco. Poucos sabe do que ele é realmente capaz.
O novo presidente mostrou força nas urnas. A maioria dos conselheiros está com ele, grande parte dos sócios que votaram também. Ele é um presidente legítimo. Vinte e quatro meses, entre 2009 e 2010, devem mostrar o que o guri que cresceu no Olímpico sabe com meio século vida, o que ele pode dar ao Grêmio.
Se ele pode fazer a diferença, oferecer o comando de um presidente histórico, de um filho de patrono. Grêmio campeão é o seu único caminho.Não há outro. Ele sabe.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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