O colega Jefferson Botega fotografou a Geral gremista durante os intensos 94min14 segundos de Grêmio e Botafogo, um dos jogos do ano no Olímpico |
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Suor 100%. Determinação 100%. Futebol, menos, 70%. O Grêmio foi mais transpiração do que inspiração, mais músculos do que neurônios, mais alma, coração e coragem. O Grêmio obteve uma grande vitória.
Sofreu longos e perturbadores 93 minutos para vencer o destemido Santos (2 a 0). O segundo gol nasceu somente aos 94min15seg de jogo. A sorte correu ao lado do Tricolor o tempo inteiro. Ela normalmente protege quem merece.
Quando o relógio digital gritou 23h59min., da quarta-feira, 8 de outubro de 2008, o Grêmio recuperou a liderança que foi sua durante 13 rodadas. É um líder isolado e confiante. Justo, outra vez. Mas preocupado, tenso, sabendo que vai precisar escalar um Everest a cada 90 minutos.
Mais de 30 mil azuis deixaram o Olímpico festejando, em êxtase, imaginando que o Tricampeonato é possível, ainda mais porque o inimigo Palmeiras deixou de fazer dois preciosos e irrecuperáveis pontos em Florianópolis (0 a 0 com o Figueirense).
O Grêmio encontrou um Santos mais forte, robusto e decidido que o esperado, tocando bem a bola, organizando o jogo, mas sem conclusões, jogadas de gol. Os gaúchos acharam o 1 a 0 logo aos três minutos, ainda no aquecimento, com Morales, que jogou uma boa partida, foi participativo, correu, passou e até defendeu. O Olímpico sacudiu inteiro.
Dono do primeiro gol, o jovem e novo Grêmio preferiu o chutão, o lançamento longo, os cruzamentos da intermediária, ao contrário de fazer a bola rodar. Faltou qualidade no passe, entendimento e boa performance do meio da zaga, com Jean e Thiego bastante atrapalhados. Falhas na marcação prejudicaram a atuaçao do time.
O trepidante segundo tempo encontrou o Grêmio um pouco mais organizado, com mais apetite ofensivo, especialmente porque Douglas Costa começou a jogar mais e a se movimentar com vontade dobrada. Ele fez jogadas pessoais de alta qualidade, acertou o travessão, quase marcou em um lance espetacular. Seu chute é acima da média, seu passe é qualificado, sua performance desequilibra.
O adversário não desistiu, retomou aos poucos o controle do jogo, começou a ameaçar e só não empatou graças a competência de Victor e o poste salvador. O jogo foi dramático até os segundos finais e o novo líder só respirou nos descontos, depois do gol de Soares, complementando outro venenoso chute de Douglas Costa.
O Grêmio solta foguetes pela sua nova posição, depois de duas vitórias seguidas, após o seu decadente setembro. Os fãs saúdam o time, mas quem viu bem, quem viu quase tudo, sabe que o Grêmio, outra vez, não jogou um futebol de qualidade. Mas teve força, foco e vontade. Nas nove rodadas finais, o bom futebol precisa reaparecer. Um campeão sempre depende dele.
A força, o foco e a vontade, qualidades que o Grêmio recuperou, foram definitivas para garantir duas vitórias em Porto Alegre. Serão reivindicadas outras vezes nas próximas partidas, nove decisões. Mas sozinhas não podem decidir sempre.
É preciso mais futebol, mais organização, mais toque de bola, mais jogadas ensaiadas nas faltas e novas oportunidades para Douglas Costa, o jogador que ajudou no renascimento tricolor. O Grêmio é líder, porém sabe que o campeonato está aberto. Há uma dúzia de caminhões querendo atravessar a ponte.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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