Dunga chamou o canhoto Alex. Demorou. Alex é uma grata surpresa na Seleção e ocupa o lugar de Júlio Baptista, machucado. Baptista teve dúzias de chances, nunca se firmou, sempre alternou boas partidas, nunca excelentes, com jogos medíocres. Vai sem deixar uma lista de saudosos. Libera o seu espaço para a desembarque de caras novas, acelera a renovação que Dunga precisa fazer, mas não sabe, não consegue, não tem segurança.
Alex foi o melhor jogador em atividade no futebol gaúcho do primeiro semestre. As lesões voltaram e o derrubaram no começo do segundo. Ele perdeu a seqüência, o ritmo, tenta a recuperação plena. Ele chega a Seleção com méritos, mas não exibe a sua melhor forma. Fica de fora, porém, do jogo com o Goiás. Azar do Inter, que perde Alex para a Seleção em um momento decisivo e perde ainda D'Alessandro, depoois da lesão de Guiñazu.
As lesões em série nos últimos três anos sempre foram os piores marcadores de Alex, um jogador que pode atuar em quatro posições, um polivalente. O pé esquerdo de Alex é precioso, seja no passe curto, no lançamento, no chute de longa distância, na conclusão no interior da grande área, na cobrança de falta nas proximidades da área.
Ele é proprietário de uma dos melhores chutes do país. Tem oito gols no Brasileirão e chuta, em média, quatro vezes a cada 90 minutos.
É quase um milagre que Alex ainda esteja usando a camisa vermelha, jogando no Brasil. As freqüentes lesões afastaram compradores em potencial, assustaram os empresários que negociam com o mercado europeu.
A Seleção é a melhor vitrine. Basta duas boas performances para mudar a vida de Alex. Se quiser, joga o resto dos seus dias úteis no Beira-Rio. A torcida o adora, os técnicos o apoiam, os dirigentes pagam bem. Carinho ele tem de sobra. Talvez a ambição de vencer em novo país o tente a refazer suas malas. O mercado árabe dá muito dinheiro, mas afasta o atleta da mídia e, os que podem, da Seleção.
A Seleção é o melhor prêmio para o futebol de Alex. Ele merece.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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