Fiasco, recaída, patinada. As palavras que definiram o Inter, que caiu de quatro, no Paraná, foram nascendo durante os 90 minutos. Você escolhe a sua, eu ficou com a segunda, embora a primeira não seja errada, nem demasiada.
O bravo e competitivo Inter do clássico, de apenas seis dias atrás, sumiu na grama encharcada de Curitiba. Nasceu um time desestruturado, esburacado na defesa, ineficiente no meio-campo, inútil no ataque, especialmente na segunda parte do jogo. O Inter parou. Viu o adversário jogar e empilhar gols.
Difícil de acreditar no resultado, mais difícil ainda foi encontrar uma explicação coerente, depois de quatro vitórias consecutivas. Mas é na imprevisibilidade do futebol que a paixão sobrevive. Imagine um jogo sem altos e baixos. Todos os 90 minutos desfilando sempre iguais como num comercial repetitivo de cerveja quente. O Inter que tocou o paraíso no Gre-Nal, mergulhou no pântano da goleada.
Nada errado perder para a o Coritiba em seus domínios, o ruim, o trágico, foi levar 4 a 2, três gols no segundo tempo (depois que Clemer falhou inacreditavelmente no primeiro gol) e desabar de ponta cabeça na tabela de classificação.
Ao perder, o Inter não some com apenas três pontos, mas com seis, porque o Coritiba é inimigo direto ao G-4. Marca passo na tabela, estaciona no longínquo nono lugar, distante sete pontos do quarto classificado, o Flamengo. Tivesse vencido, o Inter somaria 45 pontos, três fora do G-4. Ficaria na cola de Flamengo, São Paulo e Cruzeiro.
As razões para supreendente derrota do Inter são muitas, começam pelos incríveis erros individuais, como o do goleiro e os da defesa, e passam pelo coletivo. A ausência de Guiñazu inibiu seus companheiros. Parece incrível!
Ele não é o maestro. É o motor, que leva e traz o time, que protege, que avança, que alimenta o ataque, que não pára um segundo. O Inter, o melhor Inter, depende das chuteiras de grife Guiñazu, hoje seu ponto de equilíbrio, seu melhor jogador.
O estranho, depois da trágica derrota, foi ouvir as declarações nada profissionais de Daniel Carvalho. Ele reclamou por só entrar em campo perto dos 40 minutos do segundo tempo. Talvez até tenha razão, mas não precisa chamar os microfones para exibir o seu desconforto. Daniel Carvalho não agiu como um profissional, ele que chegou muitos quilos acima do peso quando desembarcou no Beira-Rio e nem lembrava um jogador de futebol.
O embalo das quatro vitórias seguidas e a vitamina do Gre-Nal não bastaram. A derrota chegou e a realidade colorada pode mergulhar num túnel escuro outra vez. O próximo adversário é o Goiás. E o Serra Dourada é um antigo cemitério de times gaúchos
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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