Como disse Celso Roth num momento depressivo, "uma derrota nunca chega sozinha". Junto, problemas se empilham no colo de quem perde. O clássico, além de exibir um balaio de gols, afastou Tcheco por dois jogos, Orteman por um e ainda arrumou uma lesão muscular para a ex-cereja do bolo Souza.
Os três gremistas dedicam seus neurônios ao futebol criativo, ofensivo, ao passe, ao gol, embora raros. Sem eles, o Grêmio fica ainda mais estéril, perde seu poder de criação, fica entregue aos volantes e aos atacantes, isento de jogadores que fazem a união dos dois setores, com qualidade.
Na ausência do titular e de duas opções, Celso Roth precisou olhar para o banco de reservas demoradamente. Olha e não vê nada e ninguém. Precisa estender o olhar um pouco mais, além dos reservas disponíveis, e só então encontra o garoto Douglas Costa. Aos 18 anos (1m70cm, 63 quilos), ele vale R$ 40 milhões, mas ainda não freqüentou os 11 titulares uma única vez. É apenas um menino dando os primeiros passos entre os profissionais.
Douglas é opção. Roth não adianta uma só palavra, apenas elogia o jogador. Elogio é o que Douglas recebe no Olímpico desde o começo da temporada. Jogadores jovens nunca têm o mesmo comportamento com a bola nos pés quando deixam as categorias de base e pulam para o time de cima de uma hora para outra sem um estágio regular.
Alguns entram no time e ficam, jogam como se fossem homens de 25 anos ou mais. Outros precisam de mais tempo, de seqüência de partidas, de afirmação. Outros afundam desde o primeiro segundo que assumem uma responsabilidade de veterano aos 17 anos.
Contra o Botafogo, Douglas, que pinta como craque e o principal nome gremista para a próxima temporada, pode começar a mostrar quem é. Qual a sua turma verdadeira. Douglas está com a bola nos pés. A torcida espera o mundo dele, aguarda um jogador diferenciado, capaz de mudar a triste realidade do Grêmio.
Mas será que não é esperar demais de um meia ofensivo com apenas 18 anos? Será que ele não precisa entrar aos poucos, ganhar corpo, postura tática, experiência?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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