Oito perguntas que Celso Roth, o destacado e elogiado comandante de campo do Grêmio no primeiro turno, agora um criticado e instável técnico no segundo turno, precisa responder com certa urgência. Será que ele voltou a ser o Roth do seu pior passado, que teima em se repetir, ou a fase é apenas passageira e a redenção começa sábado contra o Botafogo?
1) Que motivos o levaram a escalar Pereira e Perea num Gre-Nal decisivo quando os dois jogadores voltam de lesão. Os jogadores foram realmente testados, os médicos estavam mesmo conscientes? Precisava usar os dois de saída, correndo um risco sério?
2) Paulo Sérgio está jogando mal desde a virada do turno. Anderson Pico alterna uma má partida com outra má partida. Hélder, seu companheiro de lado esquerdo, também ainda não acertou. Por que o técnico não pediu a contratação de novos laterais enquanto a janela estava aberta? Porque não improvisar se os especialistas da posição não estão dando conta do recado?
3) Souza é uma alternativa para a lateral/ala direita. No São Paulo foi escolhido um dos melhores jogadores da posição do país (acho que na época era o melhor). Por que o jogador não pode entrar no começo de uma partida, mas é usado depois do intervalo? Por que é escalado na esquerda, como no jogo com o Atlético, no Paraná?
4) Atacante bom é o que faz gol. Quando não faz, desce ao banco, e sobe o seu reserva imediato. Marcel não estufa as redes, nem sai do time. Qual o mistério desta estéril união? Qual o seu benefício ao time que só Celso Roth vê e gosta.
5) Morales foi trazido do Uruguai com fama de goleador. Foi chamado porque os gols escasseavam, rareavam. Por que não joga? Será que joga menos do que Marcel? Ou ainda menos que qualquer outros dos infrutíferos atacantes gremistas?
6) Usar Orteman como segundo volante é suicídio coletivo. "Orteman é um uruguaio com alma de colombiano", segundo a brilhante definição de um internauta chamado Gilberto Silva. Ele não sabe marcar como um volante, não possui a pegada de um segundo volante. Ele pode ser qualquer coisa, menos um intenso marcador de meio-campo. Com ele, Roth abriu o time. Sobrecarregou Rafael Carioca e toda a defesa. Podia ter escalado William Magrão. Não quis. Preferiu usar os outros dois que vinham de lesão, deixou o terceiro no banco e errou. A decisão que fragilizou o meio-campo não passou pela direção?
7) Desde o dia 9 de agosto, 4 a 0 no Atlético MG, em Minas Gerais, que o Grêmio não joga uma grande partida, uma partida de exceção, uma partida de líder real. Passou quase dois meses vivendo da gordura acumulado do seu doce e recente passado. O bom futebol não retornou, mas Roth manteve o mesmo time, não encontrou substitutos para as peças carentes, não criou novas soluções, novas estratégias táticas, novas opções de jogo. E olha que ele teve tempo. Os jogos são semanais, sobre espaço para os treinos. Por que? Faltou visão, experiência, luz, norte, comando? Ou tudo somado, junto?
8) Celso Roth costuma arrancar bem, posicionar seus times em lugares de destaque na tabela, mas o fôlego é sempre curto. A aceleração diminui no segundo turno, cai, quase estanca. Será que alguém da direção do Grêmio já tentou entender o processo, que é antigo, e sempre atinge o seu atual técnico?
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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