Ao bom e equilibrado time do Grêmio de outros dias mais luminosos, líder aperreado do Brasileirão, seguro na defesa, consistente e criativo no meio-campo, falta o matador, o sagrado centroavante de todas as grandes áreas. Homem capaz de apavorar defesas, paralisar goleiros, amedrontar torcidas e marcar um gol, pelo menos um, a cada dois jogos. Ás vezes mais, dois, três, a cada partida.
Ao Grêmio falta o centroavante de carteirinha com carimbo de competência, com DNA e MBA. O homem do chute mortal, da cabeçada indefensável, do drible definitivo na zona do agrião.
Meio Rio Grande ergue os braços e pede o seu número 9 que, se Celso Roth deixar, poder ser o gigante uruguaio Richard Morales. Morales é a última esperança de gols da parte azul da Terra. Não há outro, não tem mais ninguém.
Os antecessores tiveram todas as chances do mundo, mais de 20 rodadas e não fizeram o que deveriam ter feito, os gols em cascata como manda o manual dos verdadeiros atacantes.
É preciso somar todos os gols dos três atacantes preferidos de Celso Roth, Perea (8), Marcel (7) e Reinaldo (7), para superar o número de gols de Kléber (18) e Alex Mineiro (16), os dois goleadores do campeonato. Imagine se um dos três atacantes tricolores imitasse Kléber e Mineiro? A liderança não estaria pendura em apenas um tênue, perigoso e imprevisível ponto.
O clássico é um jogo que começa a definir o futuro imediato do Grêmio. Empate é péssimo, fora se acoplado a uma derrota do Palmeiras em Recife, onde o time paulista perdeu duas vezes em 2008, mas sempre para o Sport – e o adversário agora é o pobre Náutico, dono do pior gramado do país.
Os 41 gols do Grêmio no campeonato estão nos créditos de vários jogadores, 22 deles nos pés e nas cabeças de Perea, Reinaldo e Marcel. Só que os ataques nos últimos jogos estão morrendo no corpo das defesas, nas mãos dos goleiros, no infinito da linha de fundo. Com Morales talvez a bola encontre o caminho natural dos atacantes, levante as redes adversárias.
Morales é o centroavante do lado azul do Gre-Nal. Falta apenas convencer Celso Roth a usar Perea e Morale juntos, alicerçados pelo 3-5-2 que já deu certo.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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