O Gre-Nal vale uma vida. É um dos raros jogos que nunca desaparecem na multidão do futebol. É uma contínua decisão, sai do verde e do cimento, entra na cabeça dos fãs e permanece jogando todos os segundos com os seus neurônios. Fica na memória, puxando torcedor, tocando o Olimpo, torrando no fogo eterno.
Por outro lado, é uma superpartida que depende da boa vontade dos dois contendores, espadachins, duelistas (lembro agora do brilhante filme de Sir Ridley Scott). Se um não quer, o outro murcha o jogo, o clássico se perde, se transforma num jogo aparentemente menor, mas nunca ganha cor de amistoso. Nunca.
O Gre-Nal não serve como amistoso. É uma das únicas partidas do universo que não se joga por prazer. Mas para ganhar e ganhar, das categorias de base aos torneios de Masters. Gre-Nal é coisa séria, mais sério do que se pode imaginar em qualquer canto.
O Grêmio sabotou o clássico da Copa Sul-americana, usou reservas, a decisão perdeu cor, mas não o calor da decisão. O Inter faria o mesmo se estivesse na situação do Tricolor semanas atrás. Dentro de campo, o temperatura transformou o Gre-Nal sem os 22 melhores numa final de campeonato. Com dois empates, o Inter partiu rumo ao torneio continental, mas os reservas gremistas não se saíram mal, muito pelo contrário.
O clássico do final de semana que se aproxima é o mais importante do ano e da década, porque a Dupla necessita dele. Precisa ganhar. Nenhum dos dois pode se fazer de morto, jogar a responsabilidade para o outro, dizer que não interessa, empatar e sair de campo como se não tivesse acontecido nada.
O Gre-Nal é decisivo, aditiva o Inter, que vem de três vitórias consecutivas, turbina o Grêmio, que perdeu o rumo das vitórias. O melhor é que o empate não interessa, não serve. Sinal de que o ataque é a saída, o gol uma necessidade. Não há nada pior do que um Gre-Nal sem gols, um intragável 0 a 0.
Gre-Nal é um jogo eternamente sem favorito. Foi assim, será sendo assim, enquanto o jogo for conhecido como clássico. Mas o Inter entra em campo com leve vantagem pelo seu retrospecto das duas últimas semanas. De qualquer fora, eu não arrisco um palpite. Não mesmo. Gre-Nal é mais imprevisível que humor de namorada no começo de uma larga noite de sexta-feira.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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