Tite achou um time. O Inter venceu o Botafogo. Exibiu um vistoso futebol coletivo, de ocupação de espaços, de movimentação e de marcação. Como o coletivo funcionou, e bem, as individualidades apareceram naturalmente. O Botafogo sofreu.
Guiñazu fez um dos jogos da sua vida colorada. D’Alessandro mostrou que pode ser o cara. Seu gol foi um dos mais bonitos da rodada. O 2 a 1 foi um copo de vitamina. O Inter é outro. Ganha força e músculos para recomeçar na vigésima quinta rodada do Brasileirão, 13 rodada antes do final. O G-4 é a nova meta. O Inter é uma nova promessa. Mas ainda precisa provar que encontrou o verdadeiro caminho.
A Copa Libertadores da América é o único objetivo, distante, mas ainda possível, pois pode somar 39 pontos, número suficiente para um final de ano que se anunciava trágico, como um ticket de viagem de ida e sem volta para a desvalorizada Copa Sul-americana.
O que o Inter não pode fazer é começar a se preocupar com os adversários. Precisa continuar olhando para ele mesmo, vencer seus jogos, somar pontos, sem olhar para o lado. Precisa manter a regularidade, recém conquistada em duas vitórias consecutivas, uma delas fora de casa, o que valoriza ainda mais o recomeço.
Os problemas mais sérios de Tite estão nas duas laterais, onde Ricardo e Gustavo Nery não saem do básico, dificilmente consegue qualificar uma jogada ofensiva. Funcionam mais como zagueiros do que propriamente como laterais. Bolivar voltou bem ao lado de Índio, depois de algumas partidas comprometedoras. Os três volantes não se comportaram como três volantes. Magrão e Guiñazu deixaram o setor aos cuidados de Edinho, que fez uma boa partida, e se dedicaram também a oreganização e ao jogo ofensivo.
Outro problema grave, sem solução aparente, é a solidão de Nilmar e Tison não é a sua melhor companhia. Alex é o meia, quarto-homem de meio-campo, que chega avançando pela intermediária do adversário. Não pode, não deve, jogar como segundo atacante. Ele e D’Alessandro são jogadores da mesma posição, o que não impede que atuem juntos em um esquema inteligente.
O melhor Inter é o que tem Clemer (na falta de outro goleiro), Bolivar, Índio, Sorondo (Álvaro) e Gustavo Nery, Guiñazu, Magrão, Alex, D’Alessandro, Nilmar e Guto (Walter, Adriano, qualquer outro atacante que não o deixe só contra as muralhas defensivas dos adversários)
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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