Dos 90 minutos de Rio, na grama estragada pela Seleção de Dunga, permaneceu um certeza quase absoluta. O Inter que venceu o Botafogo, um dos quatro melhores da competição, quebrando uma invencibilidade de 11 jogos do adversário, pode mais. Junto, fica uma pergunta simples, comum, na boca de todos. Por que o time não joga sempre assim? Ou ainda melhor: Por que o time não consegue manter a regularidade das equipes que vencem, que podem mais, que lutam por títulos. O Inter de Tite é um enigma.
O Inter do Engenhão foi uma beleza de se ver. Defendeu em bloco, atacou em grupo. O coletivo fez o seu melhor papel. As individualidades espantaram os botafoguenses, Ah, se o Inter jogasse sempre com a vontade, a determinação e o talento individual de Guiñazu.
O Inter não seria invencível, porque nem o campeão europeu Manchester United consegue. Mas não perderia com tanta freqüência. Venderia as derrotas em euros, não em pesetas. Guiñazu jogou uma partida espetacular, por certo um das suas mais brilhantes no clube. Seu conterrâneo D’Alessandro não brilhou, mas foi decisivo. Ajudou a criar o primeiro gol, de Alex, marcou o segundo.
O que foi possível observar em campo, de longe: o grupo parece mais unido, mais interessado, mais trabalhador. Observei os jogadores comemorando muito os gols, o time inteiro querendo se abraçar. Sinal que as desavenças de vestiário podem estar superadas, abafadas, derrotadas - ou quase.
Os três pontos se somam aos três da semana passada (Portuguesa). São seis em dois jogos, o que ajuda a somar 36, o que deixa os colorados sonhando outra vez com uma vaga na Copa Libertadores, um posto concreto no G-4.
A segunda vitória consecutiva em dois jogos motivam, deixa Tite mais tranqüilo, a direção mais segura, os jogadores mais interessados. Deixa os vermelhos olhando o futuro com nova euforia, pois os dois próximos jogos são no Beira-Rio: Vitória e Grêmio. Mais seis pontos, algo difícil, mas nada impossível, ofereceriam novas credenciais ao Inter. Se no topo o Brasileirão está aberto, no G-4 mais ainda.
Ainda é cedo para dizer que o Inter encontrou seu futebol, embalou. Mas o Botafogo, um dos times mais promissores da competição, sentiu o poder, a força, a determinação gaúcha. O que ele faz (poded fazer) quando está realmente interessado, unido em busca da vitória. O Inter do papel saiu do papel. O futuro está aberto.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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