O Grêmio pisou na boa grama do Maracanã imaginando que o Fluminense de setembro era o mesmo da Copa Libertadores do primeiro semestre. Não era nem uma sombra do passado recente. Foi o pálido do Brasileirão, o que anda roçando a má grama do fundão da tabela. Quase ganhou o jogo quando observou um Grêmio medroso, escondido na defesa, superpovoado no meio-campo, especialmente no meio-campo.
Victor salvou os gaúchos duas vezes, deixou o jogo no 0 a 0, segurou o empate. Saiu como o melhor em campo. O ponto conquistado, por outro lado, afasta o Grêmio seis pontos de Cruzeiro e de Palmeiras.
O jogo valeu pelo ponto ganho. O Grêmio jogou mal no Rio de Janeiro outra vez. Não jogou como o líder de melhor ataque, de defesa menos vazada. Palmas pelo ponto, nada de elogios ao futebol do líder.
Foi o terceiro jogo consecutivo fora de Porto Alegre no qual o bom futebol some, as individualidades desaparecem, o coletivo sente. Foram jogados nove pontos, ficaram apenas dois no farto bolso tricolor. Os sete perdidos podem fazer falta mais tarde.
Celso Roth mudou o esquema tático, retirou um atacante, apostou no meia Souza como quase invisível companheiro de Marcel. Sem dois atacantes, o 3-5-2 ganhou ares de 3-6-1, Marcel se transformou numa ilha e o goleiro Diogo só assistiu ao jogo. O ataque foi amortecido pela defesa adversária e sem grande esforço.
Melhorou um pouco no segundo tempo, com a saída de Souza, que foi mal, e a entrada de Soares, que ao menos se movimentou. Mas não funcionou o suficiente para marcar um gol ou criar chances verdadeiras de gol. A entrada de Orteman solidificou o meio-campo na metade do segundo tempo, Tcheco recuou e o Grêmio passou a controlar mais o jogo. Mas quando o veloz André Luiz entra, você sabe de cor e eu também, o ataque perde qualidade.
Os dois maiores e mais graves problemas Celso Roth estão concentrados nas duas laterais. As jogadas ofensivas não fluem, os cruzamentos não nascem. Os alas, que também são organizadores, como os do meio-campo, funcionam apenas na marcação, na vontade, no esforço, o que é pouco.
Os passes e os lançamentos errados são normais em todos os jogos. Paulo Sérgio (ok, ele corre) e Hélder (certo, ele combate) estão abaixo da utilidade dos outros nove.
O empate no Maracanã pode ter sido um bom resultado, mas eu não ouvi foguetes subindo e estourando nos céus da Capital. O Grêmio perdeu uma grande chance de fazer três pontos em cima de um time bem fraco e decadente. Outra oportunidade se aproxima na semana que vem com o Goiás, no Olímpico. Ainda mais que Cruzeiro e Palmeiras se medem no Mineirão. A distância que é de seis pontos pode somar oito. Basta que os dois fiquem no empate. O Botafogo, o terceiro inimigo do G-4, espera o Inter no Rio.
Bola Dividida é a coluna dos repórteres da editoria de Esportes de Zero Hora, editada por Luiz Zini Pires. Informações, comentários e análises sobre o futebol e outros esportes.
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