Só um desastre formidável será suficiente para tirar do Grêmio o título deste Campeonato Brasileiro.
Não gosto de fazer previsões porque os exemplos não recomendam. Mas a excelência da campanha e a qualidade do futebol gremista, estabilizada em alto patamar, conduzem a conclusão, quase óbvia, de que o título será quase inevitável.
Neste momento, impõe-se lembrar um episódio que está sendo decisivo, hoje, na campanha do Grêmio:
Vagner Mancini era o treinador, o time vencia mas assustava a sua falta de consistência. Eduardo Costa ainda era titular da primeira função do meio-campo mas teimava em se colocar, sistematicamente, na zona de ataque. Muitas vezes, era visto quase como centroavante.
O Grêmio ganhava, mas não jogava o futebol pretendido pelo presidente Paulo Odone. As vitórias eram insuficientes para Odone sentir segurança. O Grêmio jogava "aberto" demais. O presidente sabia o que queria, e não era o que Mancini estava dando. Homem de decisão, Paulo Odone não esperou por derrotas e, do seu gabinete, expediu a ordem:
— Demitam o treinador. Não é assim que o Grêmio joga, historicamente.
Vagner Mancini foi demitido e Celso Roth contratado. Foi difícil para Odone justificar a sua convicção.
Eliminado do Gauchão e da Copa do Brasil, duas competições regidas por formulismos traiçoeiros, a decisão de Odone foi julgada e reprovada. O dirigente agüentou firme. A boa campanha do Vitória, novo time de Mancini, alimentava as inconformidades. E tome porrada!
A tabela mostra, hoje, o Grêmio na liderança, com 44 pontos ganhos. O Vitória é o sexto colocado, com 32 pontos ganhos.
Ninguém mais lembra de Mancini. Roth é o novo herói.
E quem decidiu pela troca?
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