Douglas motivou dúvidas sobre a legislação esportivaFoto: Divulgação |
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Existem muitas incompreensões sobre a legislação esportiva, capítulo das transferências internacionais. Selecionei algumas correspondências que, de certa forma, sintetizam as dúvidas, comentando cada uma delas:
Ricardo Petry Moura, Cachoeira do Sul: "Chega, chega, chega!!!!!!!! Não agüento mais isso, (Douglas) seria um segundo Ronaldinho e o trio Lucas, Carlos Eduardo e Anderson foram vendidos a preço de bananas. O próximo será o Leo, um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro, e com apenas 20 anos, e ainda é o atual capitão do time do Grêmio. Hoje o Grêmio é um clube falido, com um estádio caindo aos pedaços, sem títulos. E tudo isso graças a essa política de futebol. O Corinthians vendeu o Willian por R$ 19 milhoes de euros. Ele não ata a chuteira do Anderson."
Não é política de futebol, Ricardo, mas a lei. O primeiro contrato tem que ser feito aos 16 anos do atleta e não pode ir além de três anos de duração. Contrato por cinco anos, apenas quando o jogador completa 18. É lei da Fifa, e não política de futebol dos clubes.
Silvio Jaime Fernandes, São Paulo: "O futebol brasileiro virou terra de ninguém, ou melhor, de empresários/mercenários, com apoio de pais de jogadores e dirigentes. Estes últimos, por pura falta de profissionalismo permitiram, e vão sempre permitir, que estas tais "leis pelés" e tantas outras nos roubem, na cara-dura, o nosso próprio futebol. O torcedor sofre com frio, calor, chuva e com seu dinheirinho ganho de forma suada para ver futebol e bons jogadores. O troco? Mau futebol, jogado por pernas de pau. Até quando?"
Até que a Fifa mude a lei, Jaime, o que dificilmente acontecerá, pela pressão dos clubes europeus.
Jean, Santa Maria: "É também chegada a hora de haver mudanças na legislação. Antes de o empresário "escravizar" o atleta, ele deveria fazer um contrato com o clube para "autorização de direito de representação do atleta das categorias de base do clube", definindo o que pode ou não fazer o empresário em nome do atleta."
Impossível, Jean. O empresário é agente do jogador, e não do clube.
Rafael Neves, São Paulo: "O que é de lamentar é saber que o Grêmio tem - ou deveria ter - dirigentes experientes e competentes. Se estão vendo que o garoto é uma grande promessa, como Anderson, Ronaldinho e outros, por que já não fizeram este contrato com uma multa mais alta? R$ 15 milhões, talvez? Se o garoto não vingar, ótimo, vende por R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões somente. A multa é para rescisão unilateral. Pato foi por R$ 20 milhões, Breno por R$ 18 milhões. Só no Grêmio, quando surgem boas jóias, surge essa preocupação para não perder por bagatelas."
O valor da multa é fixado em comum acordo com o jogador. O clube não tem a prerrogativa exclusiva de estabelecer o valor. Pato saiu após fazer o seu segundo contrato, o que só foi possível graças à interferência do empresário Gilmar Veloz, que evitou que o Inter perdesse o garoto por quase nada.
Jean, Dois Vizinhos: "E se vier setembro, Douglas completar 18 anos e não quiser renovar o contrato? Fica seis ou oito meses parado e sai de graça."
Douglas pode não aceitar a renovação, mas o seu contrato é de três anos e foi feito quando ele completou 16 anos. Termina quando ele fizer 19. Mas ele tem poucas razões para não renovar agora. Para adquirir valor no mercado, ele precisa jogar e demonstrar que é craque. O Grêmio é uma ótima vitrine, Jean. E oferece as melhores condições para afirmação e promoção de um garoto promissor. Se sair agora, Douglas perderá muito dinheiro. Ele só precisa frear a pressa e a gula do seu empresário.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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