O enigma de Abelão: "Decifra-me ou te devoro"!Foto: Daniel Marenco, Banco de Dados - 29/01/2008 |
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"Decifra-me ou te devoro", desafiava a horrenda criatura alada, mistura de mulher e leão, postada na entrada de Tebas. Quem não acertava a resposta, era devorado. Conta a lenda que o reinado de terror imposto pela esfinge acabou quando Édipo, o mitológico herói grego, acertou a adivinhação e despachou o monstro.
Abel Braga, negando-se a discorrer sobre o esquema tático do seu time, propõe o seu aparente enigma. Adivinhem o esquema tático do Inter ou sejam derrotados, propõe o treinador colorado. É um bom desafio. Mostra que estamos evoluindo. Já não simplificamos pela leitura única, exclusiva, das individualidades.
Começamos a perceber que outros valores sustentam uma equipe de futebol. Entre os mais importantes, o esquema de jogo. Entre os observadores de futebol, muitos já foram e seguirão sendo devorados. Mas, já existem alguns Édipos, capazes de oferecer respostas.
O esquema tático do Inter não se reproduz em números estáticos. Falamos em 3-5-2, 3-6-1, 3-3-3-1 e assim por diante. Todas estas e outras representações estão certas, erradas ou incompletas pela singela razão de que o Inter, pela qualidade técnica e inteligência dos seus jogadores, manutenção do grupo por longo período e reiteração de escalação, evoluiu para um sistema de improvisação organizada.
Dos 11 jogadores, apenas dois – Renan e Orozco – exercem funções estáticas. Todos os demais partilham tarefas com a naturalidade que só o entrosamento permite. Excetuando-se o goleiro e o líbero, todos os demais multiplicam-se em campo e dão ao time consistência segundo as características de cada um.
Assim, entre os 10 jogadores de linha, encontram-se sete, pelo menos, com alta capacidade de marcação: Orozco, Índio, Marcão, Edinho, Welington Monteiro, Guiñazu e Magrão. Fernandão, Iarley e Alex, os outros três, também sabem cercar e, até, desarmar.
Está explicado porquê Abel considera este time mais marcador do que o de 2006. Mas, o Inter não é, apenas, marcação. Entre os 10 jogadores de linha, pelo menos quatro são bons finalizadores: Iarley, Fernandão, Alex e Magrão. Outros três: Welington Monteiro, Índio e Marcão surgem com freqüência no ataque.
Ultimamente, até Guiñazu tem aparecido para concluir, fato que sugere orientação de Abel Braga. Tanta versatilidade já foi proclamada pelo Abelão quando cantou a diversidade de esquemas táticos que pode utilizar, sem substituir nomes. Esta elasticidade do time está sendo chamada de carrossel. Se é bom ou ruim, apenas o tempo dirá.
O carrossel holandês encantou mas não ganhou, a ilustração é indispensável. Mas, é muito interessante perceber que, no Beira-Rio, há um jeito novo de se jogar futebol, considerando os padrões brasileiros. Abel percebeu esta possibilidade e a está aplicando.
O Inter está bonito de se ver jogando. O que não se sabe é se esta beleza se converterá em vitórias, títulos. Se o novo modelo devorará apenas os adversários ou comerá o próprio Inter.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, nascido em Três Passos (RS), na longínqua data de 16 de julho de 1949. Na minha carteira profissional está escrito: jornalista e radialista. Carregando...
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